O Equador está em Estado de exceção desde quinta-feira, dia 3 de outubro. Os motivos são os protestos e greves que estão sendo feitos por todo o país contra o aumento do combustível após a retirada de subsídio estatal por parte do governo. O atual presidente, Lenín Moreno, afirmou que não irá voltar atrás. Pelo menos dezenove pessoas já foram presas.

O subsídio estatal existia há 40 anos e, sem ele, os preços da gasolina e do diesel praticamente dobraram. Esse aumento dos combustíveis, que inclusive faz parte de uma série de ajustes anunciados por Moreno, foi combinado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e teve seu aval, seguindo a cartilha neoliberal de austeridade e prejuízo para a maior parte da população.

Para tentar conter as manifestações e as greves, Moreno impôs Estado de exceção no país. Enquanto estiver assim, a população, já castigada pelo aumento dos preços, poderá perder alguns direitos como a liberdade de trânsito e a inviolabilidade de residência. Além disso, a imprensa pode sofrer censura prévia. Até o momento, a única prerrogativa do Estado de exceção utilizada foi o uso do Exército nos protestos.

Moreno foi eleito no começo de 2017 com o apoio do ex-presidente Rafael Correa, prometendo dar continuidade nas políticas progressistas e de combate a desigualdade, marcas do seu antecessor. Porém, na presidência Moreno está atuando contra tudo aquilo que defendeu na campanha, rompeu com Correa e até mesmo pediu sua prisão. Por tudo isso, setores do país defendem que o presidente é um traidor.

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