A edição de setembro do Boletim de Análise da Conjuntura da Fundação Perseu Abramo chega no momento em que Bolsonaro radicaliza suas posições reacionárias, obscurantistas e de confronto aos direitos humanos para consolidar o apoio de seus fiéis eleitores. Com isso, provoca constrangimento na direita que apoiou o golpe.

A seção Internacional trata do discurso agressivo e preconceituoso do presidente brasileiro na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, da abertura de processo de impeachment contra Donald Trump, das derrotas do conservador Boris Johnson na Inglaterra e do processo eleitoral na Áustria.

Os planos privatizantes do governo anunciados pelo ministro Paulo Guedes são o tema da seção Estado, bem como a intenção de criar um novo pacto federativo com o IVA Dual – novo nome da CPMF.

Em Política e Opinião Pública analisam-se as novas falas e discursos autoritários do presidente Jair Bolsonaro e as ações de censura da extrema-direita que marcaram o mês. Além disso, estão em foco a relação de controle do governo em relação a instituições como a Polícia Federal e a Receita Federal e, por fim, as mudanças nas regras eleitorais aprovadas pelo Congresso Nacional.

A crise das instituições que assola o Brasil é o tema da análise na seção Judiciário. Operação Lava Jato, Supremo Tribunal Federal, Ministério Público e o próprio governo estão entre os protagonistas desse processo.

O equívoco que faz o governo Bolsonaro comemorar a redução da taxa de homicídios no país em 2018 é elucidado em Segurança Pública. Os dados são assustadores e merecem um olhar mais atento para não gerar falsas conclusões e orientar políticas erráticas, pois mais de 57 mil pessoas morreram de forma violenta no país.

Os últimos números do mercado de trabalho e a precarização que tem dado a tônica da “recuperação” da economia brasileira nos últimos anos, bem como a aprovação da Medida Provisória (MP) da “Liberdade Econômica”, agora lei 13.874/2019, estão no centro da análise Social.

Em Economia, dados já disponíveis sobre o nível de atividade neste terceiro trimestre de 2019 reafirmam o ritmo moroso que tem marcado o primeiro ano de governo Bolsonaro. Apesar de se ter observado uma melhora da economia na passagem do primeiro para o segundo trimestre do ano, os números setoriais indicam que houve uma nova desaceleração, especialmente puxada pelo fraco e preocupante desempenho da produção industrial.

Na análise da seção Territorial, o tema são as queimadas na Amazônia brasileira que chamaram a atenção do mundo, tiveram repercussões na imprensa tradicional e nas mídias sociais, bem como revelaram uma crise internacional em pleno início do governo Bolsonaro.

Em Comunicação, os principais temas noticiados sobre o Brasil em setembro na imprensa internacional, a reação das redes sociais on line à morte da menina Ághata e a repercussão do discurso de Bolsonaro na ONU nos principais grupos midiáticos brasileiros.

Por fim, apesar de o governo federal não dar mostras de alteração de rumo em seu desprezo pela democracia e pelos direitos dos cidadãos, a mobilização pública não se intensificou no mês de setembro, como mostra a análise de Movimentos Sociais.

 

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