Em julho de 2019, o Deter (sistema de alerta e fiscalização) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectou 1.287 Km2 de desmatamento na Amazônia Legal, um aumento de 66% em relação a julho de 2018. O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Ricardo Salles, ao invés de repensar a política ambiental, resolveram criticar a metodologia de mensuração do desmatamento já consolidada pelo Inpe.

Caminhando nesse sentido, o Ministério do Meio Ambiente prevê a contratação de um sistema de monitoramento privado de uma empresa norte-americana, deixando para trás todo o acúmulo do Inpe. O sistema privado chamado Planet já se encontra em teste gratuito dentro do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Os testes com o sistema Planet serão feitos inicialmente nos estados do Mato Grosso e do Pará. Será que a nova operação trata-se de manipulação dos dados sobre o desmatamento na Amazônia? Ou melhora no sistema de monitoramento?
Na verdade, o governo erra ao pretender trocar um serviço público exitoso prestado pelo Inpe por um serviço privado sem comprovação de qualidade.

A metodologia do Inpe se baseia em imagens captadas por satélite e os pesquisadores do órgão afirmam que a mensuração do desmatamento tem precisão superior a 90%. O sistema Deter do Inpe possibilita que a floresta seja monitorada 24 horas por dia. O Deter foi criado pelo governo Lula em 2004, possibilitando um diagnóstico de áreas desmatadas superiores a 30 mil metros quadrados.

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