A declaração do ministro da Ciência e Tecnologia Marcos Pontes de que o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) só tem recursos para pagar bolsas até o próximo sábado (31 de agosto) e que para o mês seguinte teriam que conseguir recursos de algum lugar deixou bolsistas desesperados. O quadro já era de se esperar dados os sucessivos cortes que o órgão tem sofrido, em especial em 2019, com a suspensão de editais e cortes de bolsas supostamente ociosas.

O CNPq, criado em 1951, segundo seu próprio site “desempenha papel primordial na formulação e condução das políticas de ciência, tecnologia e inovação. Sua atuação contribui para o desenvolvimento nacional e o reconhecimento das instituições de pesquisa e pesquisadores brasileiros pela comunidade científica internacional.” O CNPq teve grande expansão no início do século XXI, em especial nos governos do PT, como mostra o gráfico da expansão das bolsas ofertadas pelo órgão por tipo.

 

Ciência e pesquisadores em alerta com crise no CNPq

A crise no CNPq coloca milhares de bolsas de pesquisa – que sustentam pesquisas científicas e pesquisadores – em risco no Brasil. Já desmotivados com os cortes sofridos pela ciência e pela educação, bolsistas agora estão em desespero sem saber se conseguirão se sustentar no mês seguinte, sem saber se passarão a ser credores de instituições privadas com as quais assumiram contratos sob a previsão de que o CNPq arcaria com os custos de cursos de mestrado e doutorado frente a estas instituições (como é o caso de estudantes de mestrado e doutorado em instituições como as PUCs), sem saber se conseguirão cumprir seus sonhos de finalizar uma pesquisa científica e conseguir um título acadêmico.

Com este total desincentivo aos pesquisadores, o país afasta pessoas muito competentes da academia, ajuda a engrossar a fila do desemprego, ajuda a reforçar a fuga de cérebros que já pode ser percebida no país, e, obviamente, prejudica o desenvolvimento da ciência no Brasil. Diante deste quadro, certamente os jovens estão pensando duas vezes em se aventurar pela carreira acadêmica no Brasil.

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