Imagens da cidade de Porto Velho (RO) circulam pela internet neste mês de agosto e mostram a intensa fumaça que insiste em cobrir a região. A última delas foi compartilhada na sexta-feira, 16 de agosto. Em ambas, o rio Madeira é encoberto. A fumaça é resultado de queimadas em lugares vizinhos, como em Nova União, área de reserva ambiental, destruída com um incêndio por 25 dias. O fogo também atingiu a reserva de Guajará-Mirim por, pelo menos, quinze dias.

Dias depois o impacto chegou à cidade de São Paulo. Nem os mais de três mil quilômetros de distância entre as duas capitais foram capazes de dissipar a fumaça. São Paulo escureceu às 15 horas. Nas janelas e nas ruas, olhares de espanto. Há uma explicação para o assombro: segundo o Instituto ClimaInfo, a densa nuvem que cobriu o céu paulista é resultado da fumaça, vinda de Rondônia e da Bolívia, com a chegada de uma frente fria.

O desmatamento na Amazônia cresceu 278% em julho com relação ao mesmo mês do ano passado. O garimpo ilegal avança. Enquanto isso, multas contra o desmatamento caem. Nosso capitão motosserra tem nome, sobrenome e é reconhecido mundialmente pelo seu antagonismo ambiental: Jair Bolsonaro.

A agenda ambiental é urgente. Ela está no centro da agenda política mundial. Ou de quase todo o mundo. Para se ter uma ideia, dos 195 países signatários do Acordo de Paris, estão os maiores poluidores do mundo: China, Índia, Rússia, Japão, Alemanha, Brasil, Canadá, Coreia do Sul e México.

Na contramão de líderes políticos mundiais, há dois expoentes: Trump, que retirou os Estados Unidos do Acordo, e Bolsonaro, que ameaçou fazer o mesmo. Para se ter uma ideia, dos 195 países signatários do acordo, estão os maiores poluidores do mundo: China, Índia, Rússia, Japão, Alemanha, Brasil, Canadá, Coreia do Sul e México.

A revista liberal inglesa The Economist falou sobre o presidente brasileiro e disse que ele é “possivelmente o chefe de Estado mais perigoso ambientalmente no mundo”.

As declarações públicas sobre o tema são constrangedoras. Bolsonaro nega a Ciência ao acusar de sensacionalistas os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre desmatamento na Amazônia. Faz chacota com a agenda ambiental quando afirma que transformará a Estação Ecológica de Tamoios, na Baía de Ilha Grande, numa “Cancún brasileira”. E ignora os alertas, como o do dia que virou noite em São Paulo.

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