No dia 12 de agosto de 1983, Margarida Maria Alves, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, foi assassinada com um tiro de espingarda calibre 12 no rosto. A primeira mulher a liderar um sindicato de trabalhadores rurais no Brasil morreu aos 50 anos, na frente de casa, perto de seu marido e do filho de oito anos, que brincava na calçada.

As denúncias de abusos e desrespeito aos direitos dos trabalhadores nas usinas da região, feitas por Margarida Alves, desagradavam os fazendeiros, que encomendaram seu assassinato.

Apesar da repercussão dentro e fora do Brasil, o crime não resultou na prisão dos mandantes. Em 1995, 12 anos após o assassinato, o Ministério Público chegou a denunciar quatro fazendeiros como mandantes. Desses, apenas um foi julgado e inocentado em 2001.

Margarida tornou-se um símbolo da luta das mulheres camponesas. Desde o ano 2000, sempre em agosto, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), o Movimento dos Sem Terra (MST) e outras entidades realizam em Brasília a Marcha das Margaridas, levando reivindicações e propostas das mulheres do campo.

Este texto é um trabalho do Memorial da Democracia, o museu virtual dedicado às lutas democráticas do povo brasileiro e que é uma parceria entre Instituto Lula e Fundação Perseu Abramo.

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