Assédio nas telas de cinema: ‘Não mexa com ela’
O filme israelense Não mexa com ela (Isha Ovedet em hebraico, literalmente Uma mulher trabalhadora), da diretora Michal Aviad, em cartaz nos cinemas, trata dos dilemas de Orna (Liron Ben-Shlush), a personagem principal, que é esposa e mãe de três filhos e necessita voltar a trabalhar para ajudar a pagar as contas da casa. O recém-aberto restaurante de seu marido, Ofer (Oshri Cohen), coadjuvante na trama, ainda não está dando lucro, e o jovem casal tem dívidas a pagar.
O drama se passa em Israel. Além de mostrar as aspirações de realizar o Aliyah (literalmente ascensão em hebraico, que tem a conotação de migração para Eretz Israel, a terra prometida) por judeus que estão fora de Israel e os interesses econômicos envolvidos nessa empreitada, trata de outros problemas comuns a mulheres no mercado de trabalho em todo o mundo, como os problemas em conciliar o trabalho doméstico ao trabalho remunerado e, principalmente, o assédio no trabalho.
Benny (Menashe Moy), chefe de Orna na trama, é um personagem que parece muito confortável no em seu papel de macho alfa, o que por sua vez deixa o espectador em profundo desconforto. Como homem, patrão, rico e bem conectado na sociedade, ele parece poder tudo.
O tema dialoga também com uma recente convenção da OIT contra assédio e violência no trabalho, adotada na comemoração de cem anos de existência da instituição. A realidade do assédio no trabalho ainda é a de muitos trabalhadores em todo o mundo, em especial das mulheres.
Serviço: Em cartaz nos cinemas