Por conta das atuais práticas na gestão de meio ambiente brasileiras e do consequente e alarmante aumento no desmatamento da Amazônia, o governo alemão decidiu suspender sua contribuição ao Fundo Amazônia. De pronto, € 35 milhões (aproximadamente R$ 155 milhões) não serão mais enviados ao Brasil.

A Ministra do Meio Ambiente, Svenja Schulze, declarou neste fim de semana ao jornal alemão Der Tagesspiegel que “a política do governo brasileiro na Amazônia levanta dúvidas se ainda se persegue uma redução consistente das taxas de desmatamento. Somente quando isto ficar evidente novamente, a cooperação ao projeto poderá continuar”.

O Fundo, que financia diversas práticas de combate ao desmatamento da Amazônia, é mantido com recursos da Noruega (93,3%), Alemanha (6,2%) e Petrobrás (0,5%). Uma preocupação é que se a Noruega seguir o posicionamento alemão, praticamente todos os projetos em curso devem ser interrompidos.

A notícia repercutiu em diversos jornais alemães, dando também ênfase ao recente aumento no desmatamento em junho (88% em relação ao mesmo período do ano anterior) e julho (aumento de 278%), à demissão do ex-presidente do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), ao assassinato do Cacique indígena Emyra Waiãpi no Amapá e à recente resposta de Bolsonaro a um jornalista, quando perguntado como conciliar a preservação do meio ambiente com o desenvolvimento econômico:

“É só você deixar de comer menos um pouquinho. Quando se fala em poluição ambiental, é só você fazer cocô dia sim, dia não que melhora bastante a nossa vida também, está certo?”, disse o presidente.

Segundo a mídia alemã, somente uma das áreas desmatadas em julho correspondeu ao dobro do território de sua capital, Berlim.

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