Boletim de julho analisa reflexos do ultraliberalismo de Bolsonaro
A edição de julho do Boletim de Análise da Conjuntura da Fundação Perseu Abramo traz atualizações sobre a política econômica ultraliberal do governo Bolsonaro e seus reflexos no desmonte do Estado brasileiro.
Em Internacional, analisam-se as mudanças na chefia dos governos da Grécia e Reino Unido e quatro temas que envolvem diretamente o Brasil: o acordo União Europeia e Mercosul, a Cúpula do Mercosul, a nomeação do filho de Bolsonaro para embaixador nos Estados Unidos e a reunião de ministros de Relações Exteriores do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (Brics) no Rio de Janeiro. E também a crise política provocada pelo governo Bolsonaro no Paraguai ao impor um acordo prejudicial para o sistema elétrico daquele país em relação à Itaipu.
Na seção Estado, o tema é a mais recente panaceia apresentada pela equipe econômica do governo Bolsonaro que envolve um plano para abertura do mercado de gás natural no Brasil. O suposto choque de energia barata abre mais dúvidas do que certezas e soa como mais uma das falsas promessas de uma gestão marcada por tropeços políticos e técnicos e pela dificuldade de entregar na prática aquilo que promete nos discursos.
As propostas de emenda constitucional e medidas provisórias aprovadas no Congresso Nacional durante o primeiro semestre são abordadas em Política e Opinião Pública, com especial destaque para a votação em primeiro turno da reforma da Previdência. E também estão em foco os últimos resultados de pesquisas de avaliação do governo Bolsonaro.
Em Social, os últimos dados do mercado de trabalho, a proposta do governo federal para a educação superior com o programa Future-se e dados de um relatório que mostram que o Brasil está longe de cumprir os compromissos assumidos com a comunidade internacional até 2030 sobre os objetivos de desenvolvimento sustentável.
O Estado de exceção que foi imposto à política brasileira e seu papel central nas reflexões a respeito da conjuntura político-judicial e nas ações do campo democrático popular são abordados na seção Judiciário.
Os péssimos resultados econômicos de Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes que ameaçam levar a economia brasileira a um novo mergulho recessivo são analisados em Economia. A crise é tão grave e o fracasso do receituário tão patente que o impensável parece estar em curso: Paulo Guedes, o mais emblemático economista da “escola de Chicago” no Brasil, acena ao mercado – e à classe política – com medidas de estímulo à demanda. Nem assim, contudo, conseguirá salvar o seu primeiro ano no comando da economia.
Na parte Territorial, aspectos da política ambiental nos governos petistas, de Temer e de Bolsonaro são abordados no atual estágio de evolução do desmatamento na Amazônia Legal.
Em Federalismo, se mostra como o anúncio de novas medidas que afetam os municípios, como mudanças do Programa Mais Médicos, política pública fundamental para garantir o atendimento médico da população, que passará a se chamar “Médicos do Brasil”, e cortes no Censo 2020 podem trazer dificuldades para o planejamento das prefeituras.
Na análise da Comunicação, os temas são a exposição negativa de Bolsonaro e de Moro na imprensa internacional e a posição da imprensa tradicional brasileira em relação à indicação de Eduardo Bolsonaro para ocupar a embaixada brasileira nos Estados Unidos. Este assunto também é o centro da subseção redes sociais.
Por último, a escalada de ataques aos Movimentos Sociais continua, conjugada às restrições que atingem os direitos individuais. Ao que tudo indica, a perseguição aos movimentos sociais fica cada vez mais desenvolta e desinibida. Com uma diferença sutil em relação aos direitos individuais, uma vez que se institucionaliza de maneira ampla com o respaldo de formulações jurídicas que lhe dão ares de legalidade e democracia.