Dois meses depois da renúncia de Theresa May, o Reino Unido possui novo primeiro-ministro, o polêmico ex-prefeito de Londres, Boris Johnson. Ele foi escolhido como líder dos conservadores após uma série de disputas dentro do partido que terminaram entre Johnson e o ministro das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, na qual o primeiro foi eleito com 66% dos votos.

A principal questão na política britânica segue a mesma desde 2016: a saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit. Ela já derrubou dois primeiros-ministros dos conservadores, partido que possui a maioria no Parlamento e, portanto, a prerrogativa de formar o governo. David Cameron renunciou logo após o plebiscito no qual a maioria da população votou a favor do Brexit. May entrou no seu lugar com o objetivo de formalizar a saída, porém, não obteve sucesso.

Após muitas negociações marcadas pelas quedas de vários ministros de seu governo, entre eles o próprio Johnson, que era da pasta das Relações Exteriores antes de Hunt, May conseguiu forjar uma proposta de acordo para o Brexit no seu Gabinete. Tal proposta foi aprovada pelo Parlamento Europeu, entretanto foi rejeitada três vezes no Parlamento britânico, o que levou ao pedido de prorrogação do prazo da saída para 31 de outubro ao invés da data inicial de 29 de março.

As consecutivas rejeições sobre a proposta e a queda de ministros ilustram como a questão do Brexit divide não só a sociedade britânica e os partidos, mas também o interior do próprio partido Conservador. Uma ala, da qual May e Hunt fazem parte, defende uma saída mais branda que, por exemplo, abarcaria acordos comerciais entre as partes. Já uma outra ala, vitoriosa com a eleição de Johnson como líder, defende uma saída radical até mesmo sem acordo nenhum.

Johnson já declarou que, ao chegar na data limite de 31 de outubro, o Reino Unido sairá do bloco europeu com ou sem acordo. Além de ser radical quanto a isso, o novo primeiro-ministro também apresenta posições xenófobas como a comparação das muçulmanas com véu com “caixas de correio”. Não à toa, é comparado com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

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