Depois da polêmica gerada na última sexta feira (19) sobre uma conversa de Jair Bolsonaro com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em café da manhã no Palácio do Planalto, onde Bolsonaro se referiu aos governadores do Nordeste de modo totalmente preconceituoso, discriminatório, pejorativo e indecoroso, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), recusou-se a comparecer à inauguração do aeroporto Glauber Rocha, de Vitória da Conquista, marcado para esta terça-feira (23).

Costa justificou que convidou o governo federal por educação, mas que não irá ao evento não somente pelas agressões do presidente ao povo do Nordeste, como também pelas imposições feitas pelo governo federal. O Palácio do Planalto impediu a entrada da população, ampliou a lista de convidados para seiscentos convites, dos quais o governo estadual teria direito a cem. “A medida anunciada é excluir o povo da inauguração, fazer uma inauguração restrita a poucas pessoas, escolhidas a dedo como se fosse uma convenção político-partidária. Não posso concordar com isso”, disse Costa.

O governador ressaltou que o aeroporto inaugurado é uma conquista do povo da Bahia e foi construído com recursos do governo estadual e convênio assinado pela ex-presidenta Dilma Rousseff, cuja última parcela foi paga em 2018, antes do início do governo Bolsonaro.

Além de Costa, a fala de Bolsonaro foi amplamente criticada, tanto pelas redes sociais quanto pelos governadores do bloco de estados do Nordeste, que publicaram uma carta na qual dizem ter recebido com “indignação a declaração do presidente da República transmitindo orientações de retaliação a governos estaduais” e solicita esclarecimentos por parte da presidência.

A Frente Parlamentar em Defesa do Nordeste também se manifestou sobre a declaração de Bolsonaro que “naturaliza e estimula o preconceito” e anunciou que tomará providências contra o presidente, “inclusive abertura de processo judicial”. O governador Flavio Dino (PCdoB-MA), diretamente mencionado por Bolsonaro, como o pior dos “governadores ‘de paraíbas’” respondeu que Bolsonaro não pode determinar perseguição contra um ente da Federação, e afirma que o presidente Jair Bolsonaro lidera uma “minoria sectária” que pretende “criar confusão e dividir o país” e dá declarações “extremistas” para esconder seu “mau governo”.

Segundo a última pesquisa Datafolha, mais da metade da população brasileira (58%) não vê nenhuma ação positiva do governo Bolsonaro, sendo que 18% não sabe apontar e 48% não vê mesmo nada de positivo em seis meses de governo. O governo não tem projetos a apresentar ou obras a inaugurar, não consegue reverter desemprego e a economia rasteja com projeções de crescimento pífio.Para esconder este fato, Bolsonaro cria e agride e ‘pseudo’ inimigos, e não percebe que foi eleito para governar um país e não o grupo que o elegeu. O Brasil é admirado mundialmente por sua diversidade de gênero, raça, religião e cultura.

`