Com o voto contrário do PT, o plenário da Câmara aprovou no dia 10 de julho o texto principal da reforma da Previdência (PEC 06/2019), uma reforma cruel que penaliza os mais pobres, retira direitos dos trabalhadores e inviabiliza a aposentadoria para milhões de brasileiros. A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que a alegria da base governista hoje, em breve vai se contrastar com o aumento da pobreza entre os aposentados, com as dificuldades das viúvas, que terão suas pensões menores e com a esperança de quem queria se aposentar e agora vai ter que trabalhar mais. O texto principal foi aprovado por 379 votos favoráveis e 131 contrários.

“Vocês não fizeram isso pelo país e para o Brasil, vocês fizeram para o mercado financeiro, para os banqueiros e para os ricos que não querem um Estado para os pobres”, acusou Gleisi. Ela ainda acrescentou que não é esse o Estado que o Partido dos Trabalhadores quer construir. “A maioria dos brasileiros é pobre e o PT sempre ficou ao lado do povo”, garantiu.

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), reforçou que o PT é um partido político que tem história, que tem lado e que, historicamente, esteve ao lado do povo trabalhador deste país, das pessoas mais humildes. “Este é um partido que, quando teve oportunidade de governar, realizou um conjunto de mudanças estruturais que proporcionou uma transformação intensa na vida de milhões de famílias que, pela primeira vez, tiveram a oportunidade de ter acesso e oportunidades a espaços da sociedade até então reservados a uma pequena minoria”, citou.

Paulo Pimenta também lembrou que ao longo dos últimos meses, a bancada, formada por homens e mulheres que “têm trajetórias de luta junto com os movimentos sociais e o povo brasileiro”, percorreu este país chamando a atenção da sociedade brasileira sobre os retrocessos da proposta do governo Bolsonaro. “Denunciamos e manifestamos a nossa posição contra essa reforma cruel com as pessoas mais pobres. Uma reforma covarde porque não enfrenta os grandes privilégios, não enfrenta as grandes distorções e que protege os verdadeiros responsáveis pelo desequilíbrio fiscal deste país”, afirmou.

O líder do PT ainda criticou a forma como foi formada a maioria para aprovar a reforma. “É uma vergonha. Nos últimos dias, nós estamos assistindo à liberação de bilhões de reais de dinheiro público, bilhões de reais, para comprar voto de deputados e deputadas que não honram os seus mandatos, que viram as costas para o povo que lhes elegeram e que aceitam um jogo perverso de trocar o recurso de uma emenda pelo direito de o povo um dia poder se aposentar”, protestou.

Paulo Pimenta anunciou também que a Bancada do PT, juntamente com os demais partidos da oposição continuarão na luta para aprovar emendas ao texto aprovado para minimizar os prejuízos para os trabalhadores. “Seguiremos também nas ruas, lutando em defesa de um Estado soberano, de um país democrático, de um país inclusivo, onde as pessoas tenham a oportunidade e o direito de usufruir da riqueza desta nação para poder viver com dignidade”, afirmou.

O plenário ainda vai apreciar as emendas apresentadas pelos partidos para tentar modificar pontos cruéis da reforma, como por exemplo, o aumento da idade mínima e do tempo de contribuição para a aposentadoria dos professores. Ao todo foram apresentados dezenove destaques ao texto.

Além do PT, também votaram contra o texto principal da reforma deputados do PSB, PDT, PSOL, Rede e PCdoB.

Por PT na Câmara

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