O curso Desenvolvimento e transição ecológica começou no dia 28/06 com o seminário inaugural realizado na Fundação Perseu Abramo. Voltado para filiados/filiadas e pessoas ligadas aos movimentos sociais, o curso online terá 13 aulas sobre 12 temas, divididos em 3 módulos. As inscrições continuam abertas até o dia 14/07 e podem ser feitas aqui.

Além das aulas online, que serão postadas semanalmente, também serão realizadas conversas virtuais entre especialistas e militantes com os alunos e alunas. Mais informações sobre o curso podem ser obtidas através do e-mail [email protected].

O seminário contou com as participações de Nilto Tatto, secretário nacional de Meio Ambiente do PT e deputado federal, Vivian Faria, da Fundação Perseu Abramo; Gabriel Silva Ribeiro (da secretaria de formação do PT); Luz González (da Secretaria nacional de Meio Ambiente da CUT Nacional, Adriana D’Agostini do MST (Movimento Sem Terra) e Luiz Alencar Dalla Costa, do MAB (Movimento Atingidos Pelas Barragens).

Gabriel, da secretaria de Formação, destaca que este curso é uma oportunidade de dialogar com pessoas do mesmo campo que estão mais afastadas e aprofundar temas para elaboração de políticas estruturais. “Se a função do lado de lá (da direita) é espalhar memes comm pouca formulação do nosso lado é de estudar mais, para formular boas políticas estruturadas, falar muitas verdades sobre eles, sobre o que eles querem destruir”, afirmou.

Nesta aula de abertura, foi destacado a importância de estudar e debater o tema desenvolvimento e transição ecológica se mostra para a esquerda -movimentos, partidos, governos – diante do capitalismo que se apropria dos recursos naturais, estimula o consumismo e que amplia a desigualdade e que está sendo aprofundado no Brasil, com o governo Bolsonaro. Nilto Tatto destacou que esta é uma bandeira da esquerda, a luta pela vida e que o PT, pela capilaridade do partido no país e pelo papel que tem na construção democrática, tem um papel fundamental e um desafio muito grande nesta luta contra a desigualdade e a luta pela qualidade de vida, intergeracional. “A esquerda precisa incorporar a questão ecológica, o curso serve para exercitar esste conceito, porque não há melhor forma de fazer o enfrentamento do capitalismo. Vivemos num pais de profunda desigualdade social, o modelo é de concentração de renda, mesmo que nosso governos tenhamos feito a inclusão com a disputa no orçamento.”

Vivian Farias, da direção da Fundação Perseu Abramo, destacou a necessidade da união da esquerda e a construção de parcerias com os movimentos sociais nestas iniciativas de formação na questão da ecologia. “Qual é a prática socializante que temos no nosso cotidiano? Porque não dá mais para esquerda reproduzir homofobia, racismo, que relação temos com o consumo?”, questiona. Vivian destacou ainda o curso e a produção de informações da FPA devem ser compartilhadas por todos/as, e fez referência à pauta da revista Reconexão Periferias de junho, sobre soberania e meio ambiente.

Para os movimentos sociais, os impactos das mudanças climáticas e da exploração dos recursos ambientais são temas constantes de reflexão e debate para reformular a pauta de classe. A CUT, segundo Luz, tem se dedicado a aprofundar qual será o futuro dos/das trabalhadores/as neste cenário de limitação de recursos, transformação tecnológica e concentração de renda de países desenvolvidos, que estão implantando produção de baixo impacto de carbono. No movimento sindical, há uma luta de compartilhar as responsabilidades com o Estado e os empregadores, além de preparar e defender aqueles que não serão incorporados pelo mundo do novo trabalho. “Um modelo de transição ecológico não é possível ser feito em ambientes autoritários, só democrático”, afirma.

Luiz, do MAB, destacou a importância da formação teórica dos militantes e das lideranças, das pessoas que querem transformar a realidade, é fundamental para propor soluções integradas que atendam as necessidades humanas com a sustentabilidade adequada. “Sem apropriação da ciência não tem ação adequada para aquilo que queremos fazer,devemos alinhar a ciência, a utopia e a arte, para não ficarmos conservadores pelo que fizemos”.

Adriana, do MST destacou a centralidade deste tema da transição ecológica para a construção de um projeto alternativo pela classe trabalhadora, num contexto de crise econômica. Segundo ela, é um desafio muito grande, dentro de condições muito adversas em termos econômicos e polítcos. Destacou o papel destrutivo do atual governo sobre a produção no campo e nas cidades, com a ampliação maciça do uso de agrotóxicos e a consequente contaminação dos alimentos e das águas. Para ela, cursos como este são espaços para construir projetos de futuro. “Estamos procurando encontrar saídas, com quem está há séculos lutando, como os quilombolas eos indígenas, com quem devemos dialogar e nos somar, para construir um projeto comum.”

Assista a abertura do curso:

 

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