A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) fez o lançamento do tema “A Década da Agricultura Familiar”, em 29 de maio, em Roma,  com o objetivo de colocar em prática um plano de ação global contra a fome e a pobreza rural até 2028.

Entre os objetivos específicos do plano de ação da FAO, destacam-se criar um ambiente político propício para fortalecer a agricultura familiar, apoiar os jovens, fomentar a igualdade de gênero, impulsionar as organizações de produtores, melhorar sua inclusão e resiliência, conseguir sustentabilidade e inovar em favor do desenvolvimento territorial.

Em meio ao lançamento da campanha mundial da FAO, os agricultores familiares brasileiros não têm nada a comemorar e enxergam com preocupação a perda dos direitos adquiridos nas últimas décadas. Entre os problemas enfrentados estão os cortes de quase 40% no orçamento do Ministério da Agricultura, que afetam diretamente o financiamento da produção de toda uma cadeia de pequenos produtores, especialmente os agricultores familiares, os assentados da reforma agrária e extrativistas.

No governo Bolsonaro foi suspenso o repasse de 800 milhões de reais que seriam direcionados ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Ao todo, já foram contingenciados 6,8 milhões de reais do conjunto de iniciativas que integra o Plano Safra 2018/2019.

O Brasil ainda corre o risco de voltar ao Mapa da Fome da ONU, a depender do resultado do relatório, cuja divulgação está prevista para junho. Essa preocupação ocorre não só pelo corte no financiamento governamental, mas pela desestruturação de toda a política agrária de priorização da agricultura familiar, para favorecer demandas dos grandes proprietários rurais centrados no agronegócio e produção de commodities.

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