A continuidade da política de austeridade no Brasil tem levado a sucessivos recordes negativos no país. É o que mostram os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e divulgados no dia 31 de maio.

O já anunciado decrescimento da economia brasileira no primeiro trimestre de 2019 (-0,2%) se soma agora a um novo recorde negativo no mercado de trabalho: a população subutilizada (28,4 milhões de pessoas) é recorde da série histórica iniciada em 2012 no trimestre de fevereiro a abril de 2019. Este contingente engloba as pessoas desocupadas, pessoas que desistiram de procurar emprego e pessoas que trabalham menos de 40 horas na semana e gostariam de trabalhar mais.

Usar o dado da subutilização como referência pode dar um quadro mais completo do mercado de trabalho, na medida em que o número de desocupados pode vir a cair no Brasil caso pessoas saiam deste contingente por desistir de procurar emprego ou por conseguir trabalhos em poucas horas na semana. E este indicador vem crescendo desde 2015, apesar de uma certa estagnação na desocupação.

A população desocupada no Brasil atingiu 13,2 milhões nesse trimestre de fevereiro a abril de 2019, sendo a ocupada de 92,4 milhões. A população fora da força de trabalho é de 65 milhões e as pessoas desalentadas chegaram a 4,9 milhões.

O governo precisa encontrar respostas aos 28,4 milhões de brasileiros que estão na subocupação. Caso continue sem propostas – a única, que é a reforma da Previdência, tende a desaquecer ainda mais a economia ao reduzir o poder de consumo da população – para aquecer a economia, arriscamos seguir ampliando estas taxas nos próximos meses e piorando a situação social.

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