No dia 27 de maio, o Parlamento da Áustria impôs, por meio do voto de desconfiança, a saída do primeiro-ministro Sebastian Kurz, do conservador Partido Popular Austríaco (OVP). Ele governava em coalizão com o Partido da Liberdade (FPO), de extrema-direita e nacionalista, o qual havia indicado o vice-chanceler do gabinete, Heinz-Christian Strache, que está envolvido em escândalo de corrupção.

Cerca de uma semana antes da queda de Kurz, Strache renunciou ao seu cargo após o que foi chamado de “Ibizagate”. Em um vídeo de 2017, o ex vice-chanceler aparece em reunião na cidade de Ibiza, meses antes das eleições legislativas da Áustria, pedindo a uma milionária russa doações para seu partido em troca de contratos para construção de estradas, além de propor que ela compre ações do maior jornal austríaco para este fazer cobertura favorável ao partido.

Com a divulgação do vídeo, Strache saiu do seu cargo para tentar evitar uma crise. Entretanto, não conseguiu estancá-la e, dias depois, o governo ruiu com o voto de desconfiança apresentado pelos socialistas, que também tiveram apoio do FPO. Apesar disso, o partido de Kurz continua com um apoio expressivo da população, já que, nas eleições para o Parlamento europeu, o OVP ficou em primeiro lugar, com mais de 30% dos votos.

Frente ao colapso na coalizão conservadora e de extrema-direita, o presidente austríaco, Alexander van der Bellen, deverá indicar novo primeiro-ministro, e novas eleições deverão acontecer em setembro.

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