Após três anos como primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, do Partido Conservador (Thories), renunciou ao cargo nesta sexta-feira (24). O motivo foi seu fracasso em conseguir aprovar um acordo para o Brexit no Parlamento britânico, o que era o objetivo principal de seu governo. Ela deverá sair no dia sete de junho e um novo governo será formado até o final do mês.

May assumiu o cargo logo após a renúncia de David Cameron com a principal missão de acertar o encaminhamento para a saída do Reino Unido da União Europeia. Desde então houve vários reveses, como o encolhimento do partido Conservador nas eleições gerais de 2017 convocadas pela primeira-ministra e as divergências dentro do seu próprio partido, onde uma ala defende uma saída radical e outra argumenta a favor de uma saída mais suave e negociada na qual May se filia. Os embates entre estas posições levaram à demissão integrantes do governo, como o ex-ministro das Relações Exteriores, Boris Johnson, e o ex-secretário para o Brexit, David Davis.

Somente no começo deste ano May conseguiu forjar um acordo com seu Gabinete e aprová-lo no Parlamento europeu. Entretanto, esse acordo foi rejeitado três vezes pelo Parlamento britânico, o que levou May a pedir dois prazos de prorrogação à União Europeia, já que o prazo inicial da saída era dia 29 de março. Em sua última tacada, May tentou submeter novamente o acordo no dia 21 de maio com a diferença de que, nesta vez, se fosse aprovado, haveria novo referendo no Reino Unido sobre o Brexit. De novo não houve apoio do Parlamento e, para agravar, a líder do governo na câmara, Andrea Leadson, renunciou um dia depois pois ela é contra novo referendo.

Com a sociedade britânica dividida sobre o Brexit após várias indecisões, o Parlamento praticamente travado durante o período e o próprio partido do governo fragmentado, May não viu outra saída a não ser renunciar. Agora, por um lado, os Conservadores querem escolher novo primeiro-ministro e o ex-ministro e ex-prefeito de Londres, Boris Johnson, é o favorito. Ele defende uma saída mais radical para o Brexit. Por outro lado, a oposição Trabalhista quer chamar novas eleições gerais, nas quais o partido teria boas chances de conseguir a maioria e formar novo governo. Portanto, os dias de incerteza continuarão.

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