Depois do golpe, gás de cozinha disparou
Desde que a presidenta Dilma Rousseff foi derrubada pelo golpe parlamentar em maio de 2016, foram adotadas diversas medidas econômicas contrárias aos interesses daqueles que dependem do trabalho para garantir sua sobrevivência. Enquanto os gastos sociais foram congelados, restringindo dramaticamente a oferta de bens e serviços públicos que servem especialmente às populações mais vulneráveis, a nova política de preços da Petrobras tem provocado contração na renda disponível das famílias brasileiras.
Conforme se pode observar no gráfico abaixo, se tomarmos o valor do botijão de gás no último mês de governo Dilma e acompanharmos a evolução do seu preço até o mês passado (abril de 2019), notaremos um aumento de preço de 30,4% (bastante acima da inflação, cuja variação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor alcançou apenas 11%), enquanto o salário mínimo variou apenas 13,4%, isto é, apenas 2,4% acima da inflação.
Isso significa que para grande parte das famílias brasileiras de baixa renda as despesas com gás passaram a comprometer uma parcela significativamente maior de seu orçamento mensal, deprimindo as condições de vida de um grande contingente populacional que, em sua maioria, está atravessando um período especialmente difícil no que tange às possibilidades de emprego. Vale lembrar que segundo pesquisa recente do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada, em dezembro de 2018 22,2% das famílias brasileiras não tinham renda do trabalho e outros 30,1% viviam com uma renda considerada muito baixa.