Como previsto, nesta quarta-feira, 9 de maio, assembleias em universidades de todo o país ratificaram a greve geral da Educação para o próximo dia 15.

Na USP, no vão do prédio de Geografia e História, estudantes votaram pela paralisação e pela luta contra os ataques desferidos pelo governo ao ensino, em especial contra as universidades públicas, vítimas de cortes em verbas que ameaçam a permanência de cursos e programas de pesquisa.

A greve da educação na semana que vem também servirá de protesto contra as mudanças propostas para Previdência pública. No dia 14 de junho é prevista a realização de uma greve geral contra a chamada reforma.

Assembleias em universidades do país confirmam greve dia 15

Alunos da USP lotam assembleia

 

Não apenas os estudantes se mobilizaram ontem. Os trabalhadores das universidades também.  Na Universidade Federal de Lavras (MG), a Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior) conduziu assembleia que confirmou a greve, assim como fez em outras 11 universidades durante a quinta-feira.

Outro campus que votou pela adesão ontem foi o da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) de Osasco, onde o ministro da Educação Abraham Weintraub dava aulas.

Uma das preocupações das lideranças estudantis, de trabalhadores e professores, nesta greve, é abrir canais de diálogo com a população, com o objetivo de demonstrar que as universidades públicas produzem conhecimento e ações práticas que podem servir a comunidade.

“No dia 15, faremos uma feira de ciências na principal praça de Lavras, mostrando os serviços prestados à população”, conta Marcos Otávio de Oliveira Santos, dirigente da Fasubra. “Queremos quebrar aquela impressão de que a universidade é fechada em si mesma”, explica o assistente administrativo, que trabalha na universidade de Lavras.

Instrumento parecido também será usado pelos estudantes da USP, segundo informam dirigentes do DCE Livre, e não apenas no dia da greve. A intenção é programar um calendário de aulas públicas e debates para divulgar, na prática, programas e serviços que a universidade já oferece ao público.

Em Lavras, informa Marcos Otávio, a universidade federal oferece curso pré-vestibular gratuito, os alunos da área de Saúde trabalham na rede pública do município e os cursos de ciências agrárias, ponto forte da escola, presta atendimento aos agricultores da região, entre outros serviços.

Assembleias em universidades do país confirmam greve dia 15

Créditos: Fasubra

Trabalhadores filiados à Fasubra decidem greve na Federal do Rio Grande do Sul

 

A greve deste ano será marcada também pela unidade entre as centrais CUT, CTB, Intersindical e Conlutas. “O Bolsonaro unificou todo mundo”, explica o dirigente sindical. Marcos, que milita no coletivo Unidade, Resistência e Luta, relata que a universidade vinha de um período de “desmobilização”, algo que começou a se alterar quando o ex-governo Temer tentou emplacar sua reforma da Previdência. E intensificou-se na denúncia da PEC 55, a chamada “PEC da Morte”, que congelou os gastos públicos em saúde e educação, entre outras áreas.