Segundo o relatório da Global Forest Watch, atualizado pela Universidade Americana de Maryland, o Brasil foi o país que mais desmatou florestas primárias em 2018. Foi 1,3 milhão de hectares desmatados no país em um total de 3,6 milhões de hectares no mundo. Infelizmente, o presente se desenha ainda mais sombrio neste aspecto: só em janeiro de 2019, o desmatamento da Amazônia cresceu 54% em relação ao mesmo mês de 2018.

A velocidade do desmatamento no país é surpreendente. Em 2018, foi como se 150 campos de futebol de floresta nativa desaparecessem a cada hora. A mata nativa, por ser uma floresta até então intocada, possui grande relevância para a sobrevivência da biodiversidade e redução do aquecimento global, já que armazenam dióxido de carbono. Outra consequência negativa do desflorestamento é o aumento da violência nestes territórios, principalmente aos indígenas e comunidades locais, em decorrência das explorações ilegais de madeira, de minérios e por fazendeiros.

Os outros países que se destacaram negativamente neste aspecto foram República Democrática do Congo (481 mil hectares desmatados), Indonésia (340 mil ha), Colômbia (177 mil ha), Bolívia (154 mil ha), Malásia (144 mil ha) e Peru (140 mil ha). Como se pode perceber pela presença dos demais países sul-americanos na lista, a Floresta Amazônica é a mais atingida. Até poucos anos atrás, a Indonésia foi uma das que dividiu com o Brasil o topo deste ranking. No entanto, um recente e intenso projeto de preservação florestal no país, que é mais populoso que o Brasil e apresenta o maior crescimento econômico do sudeste asiático, vem fazendo com que o volume de desmatamento caia vertiginosamente.

O relatório ainda aponta que o Brasil havia reduzido tal desmatamento em 70% entre 2007 e 2015, mas que ele voltou a crescer massivamente a partir de 2016. A perda de floresta nativa ocorreu principalmente no entorno de muitas reservas indígenas ou ainda dentro destas, como é o caso da reserva Ituna Itata, que abriga índios isolados, e que apresentou redução de mais de quatro mil hectares de floresta nativa em decorrência de exploração ilegal de madeira e apropriação de terras.

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