Se alguém imaginava que após as eleições, e com a vitória de um candidato que usou e abusou de temas recheados de lgbtfobia e machismo, a vida seria diferente, enganou-se.

Mais de cem dias de governo Bolsonaro mostram que depois de ter conquistado apoio e votos se valendo de fake news como o “kit gay do PT” o Brasil irá de fato dar mais passos para trás.

A cada manifestação do senhor presidente, sempre por meio de suas redes sociais, um susto. Não basta destruir a Previdência ou a Petrobras. Não basta fazer um governo todo trabalhado no neoliberalismo caboclo que faz o termo crescimento econômico parecer piada de salão.
Hoje, mais pérolas circularam nas redes e movimentam dois setores pra lá de desprestigiados pelo governo: as mulheres e os LGBTs.

Durante encontro com jornalistas, Bolsonaro disse que o Brasil “não pode ser o país do turismo gay”. “Quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade. Agora, não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay aqui dentro”, declarou.

Ser ou não LGBT ou mulher, por enquanto, o governo ainda não pode proibir. Agora, fazer um chamamento ao turismo sexual, que é uma contravenção prevista no código e com vários fóruns do mundo debatendo e combatendo, pode ser questionado. E como!

Em 2014, a então presidenta Dilma Rousseff declarou que o Brasil estava feliz em receber turistas que viriam para a Copa do Mundo, mas ressaltou que o país também estava pronto para combater o turismo sexual: “o governo aumentará os esforços na prevenção da exploração sexual de crianças e adolescentes no Carnaval e na CopaDasCopas”, alertou.

Neste ano, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis alertou sobre a necessidade de toda a sociedade continuar engajada nas campanhas que combatem o turismo sexual e a exploração sexual de crianças e adolescentes. “O enfrentamento ostensivo de toda cadeia produtiva do turismo vem conseguindo elevar nosso país a outro patamar no mercado internacional”.

Ou seja, a luta contra o turismo sexual está na pauta faz tempo. Mas esse não parece ser o Brasil que Bolsonaro almeja.

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