Reforma nem passou, mas governo já ferra 70% dos aposentados
A proposta de mudanças na Previdência não foi ainda discutida na Câmara e no Senado, mas o governo federal já adotou uma medida que vai prejudicar desde já 70% dos idosos e viúvas que recebem aposentadoria no Brasil.
É que Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes anunciaram na última segunda-feira, dia 15 de abril, que o salário mínimo não vai mais ter chance de receber aumentos reais. A partir de agora, só reposição da inflação – e olhe lá, pois tudo pode piorar com esse governo.
Como aproximadamente 70% das pessoas que recebem aposentadoria no Brasil só ganham o mesmo valor do salário mínimo, vai acabar aquele dinheirinho a mais que, desde 2004 até 2013, chegava a partir do mês de janeiro.
Foi em 2004 que o governo Lula passou a negociar aumentos reais do salário mínimo com as centrais sindicais. O piso nacional de salários começou então a ser reajustado com a reposição da inflação mais o crescimento da economia do país, medido pelo PIB (Produto Interno Bruto). Isso gerou o maior aumento acumulado no salário mínimo num período de mais de cinqüenta anos.
Em 2007, essa política de valorização do salário mínimo virou lei, cujo texto foi elaborado em conjunto com o governo e o movimento sindical. Estava prevista para 2019 uma nova rodada de negociações com empresários e trabalhadores para renovar e aperfeiçoar o acordo, segundo a lei.
Mas, agora, acabou. Mesmo que um dia a economia brasileira volte a crescer – não em 2019, pois todas as previsões são de queda – o salário mínimo e 70% das aposentadorias vão ficar sem aumento acima da inflação.