Na tentativa de reverter sua popularidade, Bolsonaro realizou nesta quinta-feira (11), no Palácio do Planalto, uma cerimônia para apresentar as principais ações do Executivo nesses primeiros cem dias de governo. Bolsonaro disse que foram estabelecidas metas nos setores da administração pública e que o governo está tentando alavancar a economia com medidas de austeridade e corte nos gastos públicos, com a extinção de 21 mil cargos da administração pública.

Bolsonaro anunciou que uma das principais ações implementadas nesse período foi o projeto de reforma da Previdência, como proposta para equilibrar as contas públicas. Ressaltou que essa medida depende da tramitação no Congresso e não apenas da vontade do Executivo, mas não explicou de que maneira a reforma pode colaborar com a geração de emprego e renda, principal problema que afeta a população brasileira. Nesse ponto nenhuma ação foi apresentada, ao contrário, os índices econômicos não param de cair.

Outra das ditas medidas implementadas foi o pacote “anticrime” e “anticorrupção”, do ministro Sérgio Moro, que facilita o porte de armas para a população e dá passaporte livre para a polícia atirar contra suspeitos, que igualmente se encontra em tramitação no Congresso. As medidas propostas no projeto são polêmicas e não contam com ampla adesão da população, pois, mais do que segurança, representam ameaças para a vida da população.

Destacou a parceria com os Estados Unidos para uso da base de Alcântara para lançamento de foguetes, o que, na prática, pode prejudicar o estabelecimento de outras parcerias com países não alinhados aos Estados Unidos, em especial a China, de fundamental importância para o desenvolvimento tecnológico e a economia nacional. No médio prazo, essa parceria com os Estados Unidos na base de Alcântara pode significar a subordinação do Brasil e ameaça à soberania nacional.

Entre as novas medidas anunciadas, destacou o projeto de autonomia do Banco Central e uma proposta de lei que restringe a indicação de dirigentes de instituições financeiras, de modo que dirigentes e administradores de bancos públicos sejam aprovados pelo Banco Central. Oficializou a implementação do pagamento de 13º salário aos beneficiários do programa Bolsa Família, com custo de 2,58 bilhões de reais no orçamento deste ano e o projeto de ensino domiciliar, que desobriga o Estado a arcar com a universalidade do ensino público.

Ao que se percebe, as promessas de Bolsonaro não encontram respaldo em ações práticas que tragam mudanças efetivas para a sociedade brasileira. A crise econômica permanece e não se observa esforço efetivo do governo em debelar a crise política que já se instalou nesse curto período, tornando difícil o diálogo com o Congresso.

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