Em entrevista concedida a rádio Jovem Pan em 8 de abril, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que pretende explorar os recursos naturais da Amazônia em parceria com os Estados Unidos. Ao longo da entrevista também se mostrou contrário à demarcação de terras indígenas ao tratá-las como obstáculo para exploração econômica da floresta.

Em meio à quebra de nossa soberania e ao entreguismo, Bolsonaro disse: “você pega Roraima, lá em baixo da terra tem uma tabela periódica, não podemos perder isso. Quando estive agora com o Trump, conversei com ele, entre outras coisas, que quero abrir para ele explorar a região amazônica, em parceria. Como está, vamos perder a Amazônia. Aquela área é vital para o mundo, é uma área importantíssima”.

Ao ser indagado pelo entrevistador o motivo de “perder a Amazônia”, o presidente do país mencionou que a Organização das Nações Unidas (ONU) discute com os povos indígenas a possibilidade de demarcar novas terras no território brasileiro. Segundo Bolsonaro, existe uma “indústria” de demarcação de terras indígenas na Amazônia e que ele pretende rever as demarcações já realizadas pelo Estado brasileiro, assim como defendeu que os povos indígenas possam vender suas terras ao setor privado.

No primeiro dia de seu governo, Bolsonaro assinou a MP 870, que transfere as funções de demarcação de terras indígenas para Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), deixando para o agronegócio essa responsabilidade.

Dessa forma, Bolsonaro se consolida como inimigo dos povos tradicionais, sendo favorável à exploração econômica dos recursos naturais da Amazônia, contrário às demarcações de terras indígenas e argumentando que ferem a soberania nacional. Vale a seguinte reflexão: explorar a Amazônia em parceria com os Estados Unidos não fere a soberania nacional?

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