Mulheres perdem espaço no Brasil do novo governo
Ranking da Organização das Nações Unidas Mulheres (ONU) coloca o Brasil na 149ª posição de 178 em termos de participação de mulheres em posições ministeriais, sendo quanto mais próximo de 178 menor a participação feminina. Segundo o ranking, o Brasil tem somente 9% de seus ministros mulheres, perdendo para o Sudão e o Camboja. Entre os países latino-americanos, todos ficaram à frente do Brasil, exceto a Guatemala.
De fato, de 22 ministros hoje no Brasil, as mulheres são somente duas. Em março de 2019, mês da mulher, Jair Bolsonaro afirmou que não seria um problema ter somente duas ministras (Tereza Cristina, ministra da agricultura; e Damares Alves, ministra da mulher, família e direitos humanos) em seu gabinete, pois cada uma valeria “por dez homens”. Cerca de duas semanas depois, afirmou que Damares não seria “uma ministra muito importante”, mas que ouve “até ela”. Por outro lado, Tereza Cristina tem tentado dialogar com a comunidade árabe (grandes parceiros comerciais do agronegócio) para reduzir os efeitos que a criação de um escritório de comércio em Jerusalém possa ter para o comércio exterior brasileiro. Quando do governo de transição, Tereza Cristina havia se posicionado criticamente quanto à decisão, à época, de transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. “Reações árabes preocupam”, teria dito ela. De fato o pouco espaço a mulheres no governo, como mostra a ONU, condiz com a valorização dos imputs delas no governo Bolsonaro.
Do ranking, destaca-se também que o Brasil ficou em 133º lugar em termos de participação das mulheres no parlamento (o ranking vai até
191). Destaca-se também que, no mundo todo, os ministérios mais chefiados por mulheres são os de “assuntos sociais” e de “família, infância, juventude, idosos, deficientes”, o que reforça que assuntos relativos a cuidados ainda são vistos como assuntos femininos. De 1412
ministérios controlados por mulheres em todo o mundo, somente 21 ministérios de Economia/Desenvolvimento estão nas mãos de mulheres.
Veja mapa da ONU aqui.