Logo nos primeiros dias de 2019 o Bioma Amazônico passou a sofrer as consequências das ações e ideário de desrespeito ao meio ambiente e à vida humana do atual governo. Segundo o Boletim do desmatamento da Amazônia Legal, do Instituto Imazon, em janeiro de 2019 o desmatamento na Amazônia cresceu 54% em relação ao mesmo mês de 2018. Foram 108 quilômetros quadrados de vegetação desmatada, frente a setenta quilômetros quadrados no mesmo período do ano anterior.

A área desmatada no primeiro mês de 2019 equivale a cerca de 15.126 campos de futebol. Os estados que apresentaram maior desmatamento foram Pará, com 37% da área desmatada neste período, e Mato Grosso, com 32,4%, seguidos de Roraima (15,7%), Rondônia (8,3%), Amazonas (5,6%) e Acre (0,9%). No Amazonas e em Rondônia, no entanto, a proporção do desmatamento neste ano foi seis vezes e 4,5 vezes maior do que no ano anterior, respectivamente.

Grande parte do desmatamento na Amazônia se dá atualmente em áreas privadas, dedicadas ao agronegócio, como soja, café e pecuária. Estas áreas foram responsáveis por 67% deste desmatamento de 2019. Cerca de 21% se deu em assentamentos, que por desamparo do poder público vem sofrendo nos últimos anos com violências, invasões e grilagens de terra. No Assentamento Virola-Jatobá (PA), por exemplo, que é vizinho ao Assentamento Esperança (PA), onde a missionária Dorothy Stang foi assassinada, as cercas de 160 famílias assentadas já denunciaram que desde 2017 grileiros, madeireiros e fazendeiros ilegais já se tornaram maioria no local, eles os ameaçam e destroem suas produções, além de desmatar e lotear ilegalmente a terra.

Causa preocupação também a proporção de desmatamento ocorrida neste ano em terras indígenas (7%) e Unidades de Conservação (5%), cada vez mais invadidas também para exploração mineralógica, madeireira e agropecuária.

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