O período pós-golpe de Temer, além de outras trágicas estatísticas já conhecidas, também foi responsável por aumentar a desigualdade de renda homem-mulher. No 1º trimestre de 2012 – início da série da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PNADC/IBGE) – o homem ganhava em média R$617 a mais que a mulher em seu trabalho principal. No 2º trimestre de 2016, quando a presidenta Dilma foi afastada, esta diferença havia diminuído para R$ 513 (redução de 16,9%). Já no período até o último trimestre de 2018 voltou a crescer (5,5%), chegando a R$ 541 na média nacional.

Como se observa na tabela a seguir, o centro-norte do país foi onde esta discrepância mais cresceu, sendo em média R$ 69 no Centro-oeste, R$ 46 no Norte e R$ 42 no Nordeste. A região Sudeste foi a única onde não houve variação.

No entanto, é no Sudeste que há maior desigualdade de renda entre mulheres e homens, com estes últimos ganhando em média mensal R$ 728 a mais do que as trabalhadoras. Com essa grande variação no pós-golpe, a região Centro-Oeste ultrapassou a Sul (diferença de R$ 692) e passou a ser a segunda mais desigual (R$ 715). As regiões menos desiguais são a Norte (R$ 213) e Nordeste (R$ 221), que também são as que apresentam as menores médias de rendimento do país.

Se a política econômica adotada por Temer foi desfavorável para as mulheres no mercado de trabalho, a adotada pelo atual governo, por se demonstrar mais radical e neoliberal que a do antecessor e menos preocupada ainda com as consequências sociais desta desigualdade, tem tudo para ser mais danosa às trabalhadoras do que os três últimos tenebrosos anos o foram.

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