Milhares de trabalhadores foram às ruas na Argentina na última quarta-feira, dia 13, para protestar contra políticas neoliberais do governo de Mauricio Macri e da coalizão de direita Cambiemos que produziram elevado desemprego e a segunda maior taxa de inflação na América Latina. As manifestações que foram convocadas por sindicatos e movimentos sociais aconteceram na capital, Buenos Aires e também em outras 50 cidades do país.

Macri foi eleito em 2015 com uma agenda que propunha mudanças frente aos governos progressistas de Néstor Kirchner e Cristina Kirchner com políticas econômicas liberais como o equilíbrio das contas públicas. Macri prometeu que traria a inflação abaixo dos dois dígitos e aumento de investimentos no país. Porém, quase quatro anos depois o cenário argentino é desolador e está longe do paraíso pintado pelo presidente quando se elegeu.

Em 2018, o peso argentino se desvalorizou em mais de 50% e a inflação superou este valor. Serviços básicos para a população, como luz, água e gás, aumentaram em até 1.000%. O salário dos trabalhadores, é claro, não acompanhou esse crescimento expressivo da inflação e as famílias mais pobres estão em situação de extrema vulnerabilidade gerando as imagens das filas quilométricas para conseguir comida mais barata em supermercados que fazem promoções ou lugares nos restaurantes do governo.

Com esse cenário de crise, Macri firmou um acordo para emprestar mais de U$ 50 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI) em junho de 2018. Entretanto, isso só agravou a vida da população já que, para cumprir sua parte do acordo, o governo intensificou a austeridade e retirou mais rapidamente os subsídios aos serviços básicos e aumentando ainda mais seus preços.

As manifestações do último dia 13 são, portanto, resposta às consequências desastrosas das políticas de seu governo que de forma alguma estão dando certo. Vale lembrar que, aqui no Brasil, o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, defende essas mesmas políticas.

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