A descoberta de candidaturas laranjas do PSL, no Estado de Pernambuco, consensuadas pelo atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, coordenador da campanha e responsável pelos repasse do fundo partidário às candidaturas, gerou nova crise no governo e pode levar a mais uma demissão no quadro de ministros.

O desvio de mais de 1,2 milhão de reais do fundo de campanha do PSL para candidaturas inexpressivas foram utilizados para pagamento da empresa Vidal Assessoria e Gráfica Ltda. Essa empresa pertence a Luís Alfredo Vidal, vogal do partido em Pernambuco, dirigente com direito a voto e amigo da família Bolsonaro, frequentador da casa do presidente e de atividades em Brasília do senador Flávio Bolsonaro e do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filhos do presidente.

Ao vir à tona a notícia, o ministro Gustavo Bebianno antecipou-se em dizer à imprensa que o fato não gerou qualquer instabilidade no governo e que havia conversado com Jair Bolsonaro, ainda no hospital. Um dos filhos, o vereador Carlos Bolsonaro (PSL_RJ), afirma que Gustavo Bebianno mentiu sobre conversas com o presidente, alegando que esteve 24 horas do dia ao lado do pai e que “É uma mentira absoluta de Gustavo Bebianno que ontem teria falado três vezes com Jair Bolsonaro para tratar do assunto”.

À noite, em entrevista à TV Record, Bolsonaro afirmou que não havia falado com Gustavo Bebianno e que se o ministro da Secretaria-Geral da Presidência estiver envolvido no desvio de dinheiro por candidatos laranjas do PSL na campanha eleitoral de 2018, deverá sair do governo e “voltar às suas origens”.

Gustavo Bebianno está decepcionado com as declarações de Jair Bolsonaro, pois foi um dos primeiros a apostar em sua candidatura e afirma que não pedirá demissão. Resta saber até onde a família Bolsonaro irá interferir no governo.

A Polícia Federal e o Ministério Público irão investigar o caso. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou nesta quinta-feira (14) que as supostas candidaturas laranjas do PSL, serão investigadas “Os fatos vão ser apurados e, eventuais responsabilidades, após as investigações, vão ser definidas”, afirmou Moro.

`