Governo vê encontro da Igreja Católica na Amazônia como ameaça
O chamado Sínodo para a Amazônia (ou Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos “Novos Caminhos para a Igreja e para uma Ecologia Integral”) terá uma etapa em Manaus em março de 2019 e no Vaticano em outubro de 2019. Segundo publicação da Santa Sé disponível aqui, na Amazônia, de vital importância para o planeta Terra, “desencadeou-se uma profunda crise, devido uma prolongada intervenção humana na qual predomina a «cultura do descarte» e a mentalidade extrativista. A Amazônia, uma região com rica biodiversidade, é multiétnica, pluricultural e plurirreligiosa, um espelho de toda a humanidade que, em defesa da vida, exige mudanças estruturais e pessoais de todos os seres humanos, dos Estados e da Igreja.” A Igreja Católica propõe portanto uma aproximação aos povos da Amazônia e um olhar especial à proteção do meio ambiente.
Porém, o governo brasileiro tem visto como ameaça este evento. Foi noticiado que a Abin e comandos militares tratam o evento e as conversas do Papa com cardeais sobre estes temas como parte da ‘agenda da esquerda’ e como um espaço em que podem surgir críticas ao governo.
Voltando ao documento, neles são tratadas questões como xenofobia, tráfico de pessoas, degradação do meio ambiente, os problemas das novas cidades criadas na região, entre outros graves problemas da região. De fato é triste que tais discussões sejam consideradas ameaças para o governo que, ao invés de buscar debater tais questões, esteja preocupado com quem o faz.