Trump cede e o “apagão” do governo americano é suspenso
Depois do maior período de “apagão” do governo, que ocorre quando o orçamento para o ano não é aprovado, acarretando o bloqueio deste e o congelamento dos serviços do governo, os americanos terão uma trégua após o presidente Donald Trump anunciar que liberará recursos até o dia 15 de fevereiro, enquanto negociações para um orçamento definitivo ainda ocorrem. Porém, o maior obstáculo para um acordo, a verba para a construção de um muro entre a fronteira dos Estados Unidos com o México no valor de 5,7 bilhões de dólares e rejeitado pela oposição, não foi resolvido e, ao que tudo indica, Trump terá que recuar.
Ao longo de sua campanha e também dos dois anos de seu governo, Trump apostou na retórica nacionalista e contra imigrantes. Nesse sentido, uma de suas principais propostas é erguer um muro que separe os americanos dos mexicanos e que, em seu entendimento, iria ser uma boa solução para a crise de imigração que tem como origem não só seu vizinho próximo, mas também países como El Salvador, Honduras e Guatemala dos quais centenas de pessoas partiram em caravanas rumo aos Estados Unidos no final de 2018. Entretanto, a construção de um muro parece ser uma resposta muito simples e, até mesmo, ignorante se considerarmos as dimensões econômicas, políticas e sociais que levam as pessoas a saírem de seus países e tentarem a vida em outro.
Quem está bloqueando o projeto do muro dentro do Congresso são os democratas que atualmente possuem a maioria da Câmara com a liderança de Nancy Pelosi, uma veterana na política que está na carreira desde os anos de 1980. Durante os 35 dias do apagão, ocorreu uma verdadeira “queda de braço” entre ela e Trump para ver quem cederia primeiro, com atos como Pelosi cancelando o tradicional discurso do presidente no Congresso. Com a sua aprovação caindo e com a maioria da população o culpando pela paralisação do governo, que afetou oitocentos mil funcionários, Trump acabou perdendo a primeira batalha e uma das suas principais promessas para o seu governo provavelmente não sairá do papel.