Recomendado por quem já assistiu e absolutamente atual, no estilo “a arte imita a vida”, a peça Hotel Mariana está em cartaz em São Paulo até meados de fevereiro e vale prestigiar. É um teatro documentário sobre o crime ambiental que aconteceu em Mariana (MG), crime que se repetiu dias atrás em Brumadinho e já conta com 65 mortos, duas centenas pelo menos de desaparecidos, estragos ambientais e impunidade para os donos da Vale.

“Eram quase três e meia da tarde de 5 de novembro de 2015, um dia quente, como de costume no vale do Rio Doce, quando a barragem de rejeitos de minérios de Fundão, em Mariana, com cerca de 55 bilhões de litros de lama espessa, rompeu-se sobre os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo”, relata a peça.

Depoimentos perturbadores e surpreendentes são colocados no palco e evidenciam a simplicidade de pessoas que perderam tudo ou quase tudo o que tinham. Da criança do grupo escolar ao velho da folia de reis, do ativista de direitos humanos à aposentada que escreve poemas, somos convidados a escutar os sobreviventes que, com suas histórias, traçam um panorama político, histórico e cultural do nosso país. Hotel Mariana foi indicada ao Prêmio Shell de Teatro em 2017 na Categoria Autor. A dramaturgia de Munir Pedrosa e Herbert Bianchi teceu uma narrativa a partir de depoimentos de sobreviventes de Mariana, que os atores reproduzem palavra por palavra em cena.

O espetáculo está em sua quarta temporada, é gratuito e foi idealizado por Munir Pedrosa e é dirigido por Herbert Bianchi. Fica em cartaz até o dia 12 de fevereiro, na Oficina Oswald de Andrade, no Bom Retiro, às 20 horas de segundas-feiras e terças-feiras (Rua Três Rios, 363).

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