Os dados comparativos entre o segundo trimestre de 2016 e o terceiro de 2018 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral, do IBGE, demonstraram que entre os trabalhadores brasileiros com sub-rendimento (aqui entendido como o inferior a um Salário Mínimo mensal), os da região Centro-oeste foram os que mais sentiram no bolso os efeitos do golpe, uma redução média real nos rendimentos de 9,2% neste período.

A maior redução proporcional do país ocorreu no Distrito Federal (14,5%), seguido do Mato Grosso (12,4) e Mato Grosso do Sul (10%). Em valores, o trabalhador brasiliense também foi o que mais perdeu: R$ 94,17 no seu rendimento mensal no período pós golpe. São Paulo, estado com a cesta básica mais cara do país (R$ 471,44), também está entre os estados mais atingidos. Seu trabalhador com renda inferior a um SM viu sua renda reduzir em 6% (-R$ 34,09 em valores reais de 2018).

Na tabela a seguir também pode-se observar que apenas cinco estados apresentaram variação positiva nos rendimentos destes trabalhadores. Foram eles Paraná (+1,5%), Goiás (+1,6%), Alagoas (+3,1%), Maranhão (5,7%) e Amapá (8,3%), onde o salário médio destes aumentou, em valores reais, R$ 44,80.

O Nordeste concentrou os sete estados onde os trabalhadores deste perfil receberam os menores salários. Especialmente no Piauí, R$ 367,99, que corresponde a apenas 38,6% do SM de 2018, e o Maranhão, com R$ 409,26 (42,9% do SM de 2018). Os estados da federação onde os trabalhadores com renda inferior a um SM apresentaram situação menos desfavorável foram Rio de Janeiro e Amapá, ambos com rendimento médio mensal de R$ 583, cerca de 61,1% do Salário Mínimo de 2018.

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