Desde a incansável perseguição à presidenta Dilma Rousseff que culminou com o golpe parlamentar, em maio de 2016, os analistas econômicos que falam em nome do mercado propagam a fantasia de que tudo deve ser feito para restaurar a confiança dos investidores no país e assim retomar o crescimento econômica.

Sempre em nome da “confiança” se apropriaram dos principais cargos econômicos do governo Temer e cometeram barbaridades em série, sacrificando os investimentos públicos, as políticas sociais e até mesmo os direitos trabalhistas. A confiança, contudo, nem assim foi restaurada. De acordo com seus adoradores, faltava ainda a cereja do bolo: a Reforma da Previdência.

Com a vitória de Bolsonaro e a ascensão do ultraliberal Paulo Guedes como superministro da Economia parece que finalmente o mercado será agraciado com o desmonte da Previdência Social, devendo abocanhar saborosas fatias das rendas dos trabalhadores brasileiros que, ao que tudo indica, serão obrigados a buscar nas instituições financeiras planos de capitalização que prometam alguma réstia de renda ao final de suas atividades laborais.

Entretanto, vejam só os leitores como é louco esse mundo fantasioso comandado pelos rentistas, alguns peso-pesado do “mercado”, como o ainda presidente do Banco Central Ilan Goldfajn ou seu ex-presidente Armínio Fraga, começam a dizer que na atual conjuntura talvez estejamos enfrentando um problema de excesso de confiança e, uma eventual “Reforma da Previdência” menos radical do que gostaria o “mercado”, poderá frustrar as expectativas e fazer a bola murchar.

`