O futuro presidente Jair Bolsonaro mostrou profundo desrespeito aos povos originários do Brasil ao querer rever a demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. A declaração do presidente eleito foi feita aos jornalistas após inauguração de uma escola militar no Rio de Janeiro ocorrida em 17 de dezembro.

Segundo o Conselho Indígena de Roraima (CIR), a terra indígena Raposa Serra do Sol corresponde a uma área de 1.747.464 hectares, bem como abriga uma população de dezessete mil índios dos povos Macuxi, Wapichana, Taurepang, Patamona e Ingaricó. Após uma trajetória de mais de trinta anos de luta pela demarcação e homologação, marcada por muitos conflitos, a terra indígena foi reconhecida pelo Estado brasileiro por decreto homologatório em 2005 e reafirmado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2009. Em seus quase dez anos de existência foi possível observar resultados como a expansão da produção agrícola e pecuária, a construção de Centros Regionais que subsidiam as ações de fortalecimento de desenvolvimento sustentável das comunidades indígena, projetos de geração de energia eólica, assim como um conjunto de iniciativas de preservação da identidade cultural dos povos indígenas.

Ao querer tirar a terra dos índios, Bolsonaro pretende entregá-las para quem? Ao pretender rever o decreto de demarcação da terra Raposa Serra do Sol o presidente eleito defende em nome do desenvolvimento, a exploração de seus recursos naturais de Roraima por grandes mineradoras e arrendamento de terras para grandes proprietários do agronegócio, tudo isso sem medir os impactos incalculáveis para o meio ambiente e para a sustentabilidade dos povos da floresta.

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