O Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin autorizou a abertura de investigação contra o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), sobre corrupção e Caixa 2. Segundo a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, Onyx, foi citado na delação da JBS, como um dos beneficiados com caixa dois, entre 2010 e 2014, junto a outros dez parlamentares, entre deputados e senadores.

Raquel Dodge afirmou que o contexto das citações não tem relação entre si e pediu o desmembramento dos autos. Pesam sobre Onyx duas denúncias de caixa 2, uma no valor cem mil reais em 2012 e outra de duzentos mil em 2014. Em entrevista à Rádio Bandeirantes de Porto Alegre, o futuro ministro da Casa Civil admitiu ter recebido cem mil em 2014 do empresário Antonio Jorge Camardeli, presidente da Associação Brasileira de Exportadores de Carne Bovina (Abiec), pelo que pediu desculpas, mas nega o outro pagamento de 2012.

Em abril de 2017, Onyx Lorenzoni havia sido incluído na lista do ministro do STF, Edson Fachin, relator da Lava Jato, acusado de receber 175 mil reais da Odebrecht, via caixa 2, para sua campanha de 2006. Na época, o futuro ministro negou a acusação com veemência, dizendo-se “surpreso, indignado, revoltado e com a citação nas delações da Odebrecht” e garantiu que tinha 24 anos de vida pública limpa e “renunciaria ao mandato” acaso fosse registrada alguma irregularidade sua em relação à Odebrecht.

Como deputado, Lorenzoni foi o relator do projeto sobre as Dez Medidas de Combate à Corrupção na Câmara e, durante as discussões sobre o projeto anticorrupção, ganhou destaque por defender a força-tarefa da Lava Jato, mantendo a proposta de criminalizar a prática de caixa 2, mas defendendo a redução das penas.

A abertura da investigação contra Onyx se dá no momento em que ele busca abrir diálogo com as bancadas partidárias do PSDB e PSB no Congresso, contradizendo as declarações de Bolsonaro durante a campanha de que as relações não seriam com os partidos, mas sim com as bancadas. Em mais uma volta atrás entre o prometido e o executado por esse novo governo, Onyx reconhece a necessidade de alianças e parcerias com os partidos mas disse ainda não saber como fazê-lo sem recorrer ao chamado “toma lá, dá cá”.

`