O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), ex-ministro do Desenvolvimento Social do presidente Michel Temer foi nomeado por Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Cidadania, que vai contemplar os atuais ministérios do Desenvolvimento Social, Cultura e Esporte, Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), hoje no Ministério da Justiça. A pasta será a responsável por diversos programas sociais, inclusive a gestão do Bolsa Família.

A indicação de Osmar Terra contrariou a bancada evangélica, composta por 180 deputados, que, a pedido de Bolsonaro, havia indicado três nomes para novo Ministério da Cidadania: o deputados Gilberto Nascimento (PSC-SP), Marco Feliciano (Podemos-SP) e Ronaldo Nogueira (PTB-SP). A bancada considerava ainda o nome de Magno Malta (PR-ES), candidato derrotado para o Senado nas urnas, como da cota pessoal do presidente e não teria resistência a ele.

Segundo o pastor Silas Malafaia, Malta foi um dos maiores aliados de Bolsonaro, convenceu muitas lideranças evangélicas a aderirem à sua campanha e Bolsonaro garantiu que Malta faria parte do primeiro escalão do governo. “Apoio intransigentemente o Bolsonaro, mas não vou concordar 100% com as ações dele. A unanimidade é burra”, disse.

Magno Malta deixou Brasília dizendo-se “magoado e machucado” e foi se isolar em seu sítio no Espírito Santo. Acusa os filhos de Bolsonaro e o general Hamilton Mourão pelo veto ao seu nome. Mourão chegou a referir-se a ele como “um elefante na sala” após o PR não aceitar a vaga de vice na chapa, dando a eleição de Malta como certa.

Este é o segundo revés de Bolsonaro na bancada evangélica. O primeiro foi a indicação de Ricardo Vélez Rodríguez, crítico ao projeto Escola sem Partido, para o Ministério da Educação. A bancada evangélica vetou a indicação e o veto foi acatado e Jair Bolsonaro, que acabou por nomear para o cargo o professor Ricardo Vélez Rodrígues, que também não é evangélico, mas defende o programa atende ao que a bancada entende como “valores da família”.

Osmar Terra foi ministro de Michel Temer no Desenvolvimento Social e Agrário e deixou o cargo em abril para disputar a reeleição a uma cadeira de deputado federal. É médico, tem forte atuação no Congresso contra a legalização ou descriminalização das drogas. Já coordenou o programa Bolsa Família sob o governo Temer e afirmou que este vai estimular a geração de emprego e renda, por orientação do presidente, além de integrar-se melhor a outros programas. Defende um “pente fino” permanente para evitar fraudes e fazer com que o programa atenda a quem realmente precisa. Nas eleições presidenciais, apoiou a candidatura de Alckmin.

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