A História Oficial (1985), disponível no Netflix, mostra a vida de uma professora de história da educação básica, casada com um alto funcionário da ditadura militar argentina, que passa os anos sem conseguir enxergar a violência e a repressão do regime que se desenrolou à sua frente.

A professora abre os olhos quando uma amiga que foi exilada retorna à Argentina e lhe conta quais foram os motivos que a levaram a “passar uma temporada na Europa” sem se despedir de ninguém. Junto a esse retorno da amiga, ela começa a ver as discussões de seus “rebeldes” alunos (adolescentes) em sala de aula e passa a pressionar o marido por mais detalhes sobre o passado do bebê que adotaram, cujas origens são misteriosas. A partir daí a personagem principal passa a ter contato com as Mães da Praça de Maio, que buscam filhos e netos desaparecidos pela ditadura, e entra em um forte dilema pessoal que pode lhe custar a própria filha.

Aos seus olhos, somente ao fim da ditadura vão se descortinando os absurdos do regime sob o qual também viveu. Durante a ditadura militar argentina, a personagem principal não conseguiu enxergar um palmo além do nariz, apesar de ser professora de história. É difícil entender como hoje as pessoas não percebem que estamos trilhando caminhos muito semelhantes aos vividos durante a ditadura militar. O filme em questão, apesar de ficcional, nos ajuda a entender também os tempos do Brasil atual.

 

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