No começo desta semana, segunda, 5 de novembro, os Estados Unidos de Donald Trump impuseram ao Irã nova rodada de sanções econômicas que já estão sendo consideradas as mais duras já impostas pelos americanos. O setor mais afetado será o petrolífero, bem como o bancário e o industrial. O objetivo, segundo o governo Trump, é fazer o país abandonar pretensões revolucionárias e desestabilizadoras dentro de seu território e no Oriente Médio.

As sanções ao Irã estavam sendo amenizadas desde 2015 quando foi estabelecido entre Washington e Teerã, ainda sob a administração de Barack Obama, um acordo nuclear que estabelecia a suavização dos embargos econômicos contra os iranianos e, em troca, estes deveriam interromper seu suposto projeto de construção de armas atômicas. O acordo também englobou outros países, sendo eles a França, o Reino Unido, a Alemanha, a Rússia e a China.

 

Vista de Teerã

Créditos: Wikimedia Commons

Desde a corrida eleitoral Trump já dava claros indícios de que seu governo poderia retirar-se do acordo, pois o criticava bastante. Em abril deste ano, o atual primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, um dos principais aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio, acusou o Irã de estar desobedecendo o acordo ao continuar avançando em sua produção de armas nucleares, o que nunca foi comprovado de fato. Uma semana depois dessas acusações, o presidente americano anunciou sua saída do acordo, a primeira rodada de novas sanções começou a valer em agosto e agora foi reforçada.

O bloqueio ao país busca debilitá-lo tanto internamente quanto externamente. O Irã está envolvido indiretamente, por meio de seu apoio, em conflitos na Síria e no Iêmen contra dois aliados importantes dos Estados Unidos no Oriente Médio, Israel e Arábia Saudita. No caso sírio, o Irã conjuntamente com a Rússia apoia a manutenção do poder de Bashar al-Assad, enquanto os israelenses, americanos, franceses e britânicos dão suporte aos rebeldes que lhe fazem oposição. No Iêmen, os sauditas estão do lado do governo de Abd-Rabbu Mansour Hadi e os iranianos apoiam a milícia rebelde da etnia houthi. Por fim, é importante ressaltar que a Arábia Saudita é grande produtora e exportadora de petróleo e, sendo assim, as sanções ao Irã, um dos seus principais concorrentes na região, irá beneficiar suas vendas.

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