O juiz Sergio Moro, que tirará a toga para ser parte do governo de Jair Bolsonaro, minimizou em entrevista coletiva o fato de seu futuro colega de Esplanada, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) ter confessado o recebimento de cem mil reais em caixa 2. Moro também declarou que o presidente eleito Jair Bolsonaro, que já ameaçou órgãos de imprensa e prometeu “fuzilar a petralhada” e banir “marginais vermelhos de nossa pátria”, é uma “pessoa moderada”.

No passado, Moro já havia declarado que o crime de caixa 2 era pior que o de corrupção, e também já tinha declarado que não entraria na política. Na mesma semana, além de aceitar cargo político no governo eleito também minimizou o crime confesso de um correligionário, afirmando que Lorenzoni já havia “pedido desculpas”. O mesmo juiz prendeu sem provas e alegando “atos indeterminados” o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, além de interromper as próprias férias para obstruir um habeas corpus que daria liberdade a Lula.

Graças ao ativismo judicial de Moro, Lula, que liderava as pesquisas com grandes chances de vencer em primeiro turno, foi impedido de disputar as eleições. Também atuou em conluio com a imprensa para estimular o antipetismo, vazou gravações de uma presidenta da República e fomentou a criminalização da política. Moro chegou a se reunir durante a campanha com Paulo Guedes, ministro da Fazenda de Bolsonaro, para conversar sobre uma possível nomeação ao Ministério da Justiça. Na mesma campanha, retirou o sigilo de uma delação premiada de Antonio Palocci, que chegou a estrelar programas de TV de candidatos contra o PT. Segundo a presidenta do partido, Gleisi Hoffmann: “Ajudou a eleger, vai ajudar a governar”.

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