Boletim de conjuntura analisa período eleitoral e resultados da eleição
O Boletim de Análise da Conjuntura traz, em sua edição de outubro, uma ampla cobertura do período em que o principal acontecimento foram as eleições gerais no Brasil. A seção Golpe contra o Estado informa que a Petrobras e a ANP anunciaram, respectivamente, um acordo com os chineses para a conclusão do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e a flexibilização da política de conteúdo nacional. Nos dois casos o que se observa é o risco de desnacionalização de importantes setores econômicos com prováveis efeitos nocivos sobre o desenvolvimento do país.
O tema Internacional apresenta um panorama mundial do fascismo desde suas origens, no começo do século 20, até atualmente em países como Estados Unidos, Israel, Itália, Hungria e Polônia, entre outros. Mostramos que o discurso de Bolsonaro não é novo e, na realidade, é muito parecido com outras experiências pelo globo.
Na parte de Política e Opinião Pública, uma ampla cobertura do desempenho do PT nas eleições desse ano, no âmbito nacional, estadual e nas proporcionais. Comparam-se os resultados obtidos nessa eleição aos alcançados em outras, desde 2002, em especial na região Nordeste, onde o partido obteve seu melhor desempenho.
Na seção Social o foco é a política de austeridade do governo Michel Temer e a reforma trabalhista, que continuam sem conseguir fazer o Brasil crescer e gerar empregos. O alto desemprego, o alto desalento, o crescimento da precarização e da pobreza provam que o país precisa mudar sua política econômica.
Em matéria de Economia fica claro que o último trimestre de 2018 permanecerá no mesmo ritmo que iniciou o ano. Os setores de atividade continuam alternando resultados positivos e negativos, com o comércio apresentando o melhor desempenho, a produção industrial levemente melhor que no ano anterior e o setor de serviços ainda próximo da estabilidade. Com isso, a cada dia fica mais evidente a inadequação do instrumental da ortodoxia econômica para lidar com uma economia complexa e periférica como a brasileira, em especial em quadro de prolongada debilidade da demanda agregada.
A seção Territorial faz um estudo que compara o desempenho eleitoral de PT e do PSL no primeiro turno das eleições presidenciais. Os resultados apontam melhor performance de Haddad em municípios de pequeno porte, além de associar seu comportamento eleitoral com variáveis socioeconômicas predominantes nos municípios, tais como emprego, escolaridade e nível de pobreza.
Em Comunicação analisa-se a imagem do presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, na imprensa internacional, que enfatiza seu caráter racista, machista, homofóbico e o expõe como grande ameaça à democracia no Brasil. Também traz uma síntese dos editoriais dos principais grupos da imprensa tradicional brasileira após a eleição. A comparação de ambos os posicionamentos leva à constatação óbvia da colaboração da mídia nacional para que o representante da extrema direita tenha chegado à presidência.
Finalmente, na parte de Movimentos Sociais se afirma que a palavra de ordem após o resultado do processo eleitoral é resistência. Os desafios que os movimentos sociais enfrentarão no próximo período podem se resumir em: defesa da própria existência democrática, defesa dos direitos e construção de um projeto de nação alternativo ao vencedor nas urnas. Não serão dias fáceis. A vitória eleitoral de Jair Bolsonaro talvez seja a primeira de um presidente após a redemocratização do Brasil em que o próprio eleito precisará ser lembrado das regras do jogo democrático e especialmente do necessário respeito ao resultado do processo eleitoral.