Articuladores de Jair Bolsonaro (PSL) anunciaram no dia 30 de outubro a fusão dos ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura. A notícia foi declarada por Paulo Guedes e Onyx Lorenzoni, que fazem parte da equipe de transição do governo federal.

As perspectivas em relação ao meio ambiente são de tendência oposta à base da sustentabilidade recém-constituída no país. A decisão de fusão ministerial e suas possíveis consequências vão na contramão do desenvolvimento sustentável e colocam em risco a vida dos povos do campo, da floresta e das águas.

Do ponto de vista do meio ambiente, a fusão poderá reduzir a importância da política ambiental no governo e abrir espaço para pautas defendidas por Bolsonaro durante o processo eleitoral. Abrirá caminho para flexibilização do licenciamento ambiental, para modificação da lei que rege as Unidades de Conservação no país, para avanço do desmatamento da Amazônia, assim como possibilita a redução do papel de monitoramento e fiscalização dos órgãos de controle ambiental, se forem absorvidos pela pauta de desenvolvimento econômico a todo custo.

Segundo os articuladores do futuro governo, o principal motivo para a fusão foi reduzir a quantidade de ministérios e diminuir as discordâncias entre as duas pastas, sem mencionar que seus interesses são antagônicos. Na última semana do segundo turno, com risco de queda nas intenções de voto, o então candidato Jair Bolsonaro afirmou que não faria a fusão dos dois ministérios, para não passar a imagem de candidato autoritário e despreocupado com as questões ambientais.

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