A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu de forma unânime pela abertura de inquérito contra o autointitulado coronel Carlos Alves, que veiculou vídeo nas redes sociais com ameaças à ministra do Supremo e presidenta do TSE, Rosa Weber. Os ministros remeteram o inquérito para a Procuradoria-Geral da República. O vídeo é mais um de uma série de declarações de correligionários do candidato Bolsonaro com ameaças ao STF e seus ministros. Além da Segunda Turma, o Exército Brasileiro, por meio do general Villas Bôas, também pediu abertura de investigação por meio do Ministério Público Militar.

De acordo com o decano Celso de Mello, o coronel “exteriorizou-se mediante linguagem profundamente insultuosa, desqualificada por palavras superlativamente grosseiras e boçais, próprias de quem possui reduzidíssimo e tosco universo vocabular, indignas de quem diz ser Oficial das Forças Armadas”. O ministro Edson Fachin afirmou que “a agressão a um juiz é, a rigor, uma agressão a toda a magistratura”.

Além do vídeo do coronel, há outros relatos de ameaças e perseguições por parte de apoiadores de Bolsonaro. A Folha de São Paulo pediu investigação e proteção da Polícia Federal, após jornalistas terem sido alvos de ataques. Segundo o jornal, a jornalista que divulgou o suposto caixa 2 de Bolsonaro teve suas redes sociais hackeadas, e outros dois jornalistas que contribuíram com a matéria também foram alvo de difamação. A Folha afirma que o diretor-executivo do Datafolha, Mauro Paulino, sofreu ameaças nas redes sociais e até em sua casa.

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