Acesso a água e saneamento nos planos de governo
A partir dos anos 2000 foram inquestionáveis os avanços obtidos nos governos Lula e Dilma em relação ao acesso à água e ao saneamento no país. Apesar dos avanços obtidos, o déficit social encontrado era muito elevado, fato que desafia o executivo federal a continuar investindo no acesso a água e coleta de esgoto no futuro.
Em 2017, a pesquisa Perfil dos Municípios Brasileiros elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apontou que 41,5% dos municípios brasileiros não tinham Plano Municipal de Saneamento Básico. Em 2016, o Ministério das Cidades por meio do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, verificou que 16,7% dos domicílios brasileiros não eram abastecidos com água potável via rede. Quanto ao esgoto, observa-se que 48,1% dos domicílios não possuíam coleta via rede e usavam outras formas, entre elas a fossa.
Tendo em vista a importância de lidar com esse déficit social, foram analisadas nos programas de governo dos presidenciáveis do PSL e do PT as menções ao tema. O candidato Jair Bolsonaro (PSL) não fez nenhuma menção ao saneamento em seu programa de governo. O tema infraestrutura aparece no documento do candidato apenas para defender a desburocratização e privatização do setor energético e de transportes.
Já o candidato Fernando Haddad (PT) inseriu diversas menções sobre o tema em seu plano de governo, entre elas a diretriz de que o Brasil precisa entender a água como direito humano e o saneamento como política pública essencial para a oferta desse direito, ao prever investimento na gestão sustentável dos recursos hídricos.
De forma prática, o programa do PT defende a retomada ou início de obras de adutoras, dos canais e barragens, para ampliar a infraestrutura de oferta hídrica; reuso e reciclagem da água; interrupção de processos de privatizações; revitalização e despoluição de bacias e rios; retomada do apoio a estados e municípios para dar seguimento à Política de Saneamento Ambiental Integrado, com o objetivo de universalizar a cobertura de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto e tratamento de resíduos sólidos, e ampliação de iniciativas de saneamento rural.