No sábado, dia 06 de outubro, concluiu-se a controversa nomeação para a Suprema Corte dos Estados Unidos do juiz Brett Kavanaugh, acusado de envolvimento em casos de abusos sexuais. Em uma votação apertada no Senado, 50 votos a favor e 48 contra, decidiu-se pela sua diplomação. Com isso consolida-se uma maioria conservadora na corte de cinco a quatro, o que será péssimo para os direitos dos setores sociais mais vulneráveis e para o avanço dos direitos civis, pois a corte deverá, a partir de agora, se posicionar contra, por exemplo, o direito do aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Kavanaugh foi acusado por pelo menos três mulheres de ter cometido abusos sexuais nos anos 1980. O mais emblemático deles é a acusação de Christine Blasey Ford que alega que o candidato à corte tentou estuprá-la, quando ambos ainda eram menores de idade, em uma festa no ano de 1982. Ford, que atualmente é professora de Psicologia, disse se lembrar dele atacando-a e tirando a força sua roupa. Disse, ainda, que pensou que poderia morrer.

Segundo Ford, a primeira vez que relatou o caso foi em 2012, durante uma sessão de terapia. À época, não conseguiu contar aos pais o que havia acontecido por medo de repreensão, o que, infelizmente, é comum neste tipo de caso onde a mulher muitas vezes não é levada a sério ou é culpabilizada. Por recomendação de sua advogada, especialista em casos de abuso sexual, fez um teste com polígrafo para comprovar que estava dizendo a verdade e este confirmou sua versão.

O caso mobilizou muitas mulheres dos Estados Unidos e houve vários protestos contra a nomeação de Kavanaugh quando cerca de 300 delas foram presas. De outro lado, Donald Trump fez piada da acusação de Ford, mostrando, mais uma vez, o quanto machista e retrógrado ele é. O que prevaleceu no final foi a sua posição e a maioria republicana que detém no Senado. O conservadorismo venceu mais uma.

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