Aos que achavam que o PT havia sido derrotado com o golpe e tinha acabado enquanto partido, uma grata surpresa – o Partido dos Trabalhadores retorna com a força de mais de trinta milhões de votos (29,28%) e irá ao segundo turno das eleições presidenciais, como faz desde 2002, em uma disputa honesta de ideias e projetos para um Brasil mais justo. O PT elegeu também três governadores (Bahia, Ceará e Piauí) e disputa o segundo turno no Rio Grande do Norte. No Senado elegeu quatro senadores (Bahia, Pernambuco, Sergipe e Rio Grande do Sul). O PT é também o partido que assume o maior número de cadeiras na Câmara de Deputados (56), e perde apenas cinco deputados em relação à composição atual.

O PSL, partido minúsculo no Congresso, com apenas oito deputados na atual legislatura é o que mais cresce e assume a segunda maior bancada, com 52 deputados, 44 a mais, muito alavancado pela hiper-votação de nomes como o do deputado Fernando Bolsonaro, que agregará deputados da sigla na bancada pela cláusula de barreira, e pela disputa majoritária, onde seu candidato Jair Bolsonaro liderou no primeiro turno com 46,03% dos votos. Nesse sentido a distribuição parlamentar na Câmara reflete a polarização da disputa para a Presidência da República.

Os principais partidos derrotados nessa eleição são o PSDB, que desde a eleição de 1994 protagonizava a polaridade na disputa com o PT e nesta eleição, com Alckmin, obteve pouco mais de cinco milhões de votos, ficando na quarta posição, com 4,76% dos votos e perdeu vinte deputados na Câmara, reduzindo sua bancada de 49 para 29 deputados.

Da mesma forma o MDB, partido de Michel Temer que protagonizou o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, eleita em 2014, teve desempenho vexatório na eleição majoritária, onde obteve pouco mais de um milhão de votos, com o candidato Henrique Meirelles, o que corresponde a 1,20% dos votos válidos. Para deputados, o MDB também sofreu uma significativa perda de dezesseis deputados, tendo eleito 34.

O PP, partido que também ajudou a sustentar o golpe, perdeu doze cadeiras, mas permanece sendo o terceiro principal partido da Câmara, com 37 deputados eleitos, seguido pelo PSB, com 34 eleitos, o PR, com 33, o PSB com 32 e o PRB com 30. (veja tabela em anexo)

Contrariando as expectativas, tanto dos que pensavam que essa eleição teria maior abstenção devido ao descrédito na política, quanto dos que, ao contrário, acreditavam que por estar mais polarizada, mais eleitores compareceriam às urnas, a participação no processo eleitoral manteve a média, com 20,33% de abstenção. Compareceram às urnas 79,67% do eleitorado, dos quais 2,65% votaram em branco e 6,13% anularam o voto. Assim, 29,11% dos eleitores preferiram não se manifestar nesse pleito. Em 2014 foram 29,03 (19,39% de abstenção, 5,8% de votos nulos e 3,84% de votos brancos).

O Brasil terá uma segunda chance em 28 de outubro. Assim como no primerio turno derrotou os partidos golpistas do governo que fizeram o país regredir vinte anos em dois, nesse segundo turno o eleitor não vai desperdiçar seu voto com quem o desvaloriza e desrespeita a diversidade de opiniões, característica da democracia. A população espera um debate sério, com discussão de ideias e projetos para o Brasil e não uma batalha de “memes” e fake news por whattsapp e ameaças na vida real.

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