Na semana que antecede as eleições presidenciais, duas pesquisas confirmam crescimento de quatro pontos percentuais de Jair Bolsonaro, que chega a 31% no Ibope e 32% no Datafolha, e a estabilidade de Fernando Haddad, com 21%, segundo os dois institutos. Ambas as pesquisas indicam que haverá segundo turno a ser disputado pelo capitão reformado e o ex-prefeito paulistano. Ciro e Alckmin também se mantiveram estáveis, com 11% e 9%, respectivamente, e Marina oscilou negativamente, registrando apenas 4% das intenções de voto.

Antes de pensar o segundo turno, onde os dois candidatos estão empatados tecnicamente, com 42% segundo Ibope e com 44% para Jair Bolsonaro e 42% para Haddad, de acordo com o Datafolha, convém pensar sobre o comportamento dos demais players nessa reta final da disputa. Alckmin, na ânsia de conseguir melhorar seu desempenho, bateu nos dois lados, impulsionando o clima do nós contra eles e colocando-se como o único capaz de reverter a polarização que ele próprio provocou. Não ganhou nada com isso. Ciro Gomes tentou apostar em certa antecipação do segundo turno, posicionando-se como o candidato que venceria Bolsonaro com maior facilidade a próxima etapa, o que não foi suficiente para lançá-lo a isso. E Marina apostou em seu ressentimento antipetista para direcionar o que restava de seus votos a Bolsonaro.

Quem captou os efeitos negativos da polarização foi a candidatura de Haddad, cuja rejeição aumentou cerca de dez pontos, passando de 27% para 38%, segundo o Ibope e de 32%, na última pesquisa Datafolha, para 41%, aproximando-se da rejeição de Jair Bolsonaro, que embora permaneça sendo a maior entre os candidatos, manteve estável, em 44% segundo o Ibope e oscilou de 46% para 45%, segundo o Datafolha, a despeito das gigantescas manifestações das mulheres contra o fascismo no último dia 29 de setembro, que não repercutiram na imprensa e aparentemente não surtiram efeito.

A ideia de dois polos, como se eles fossem realmente similares e opostos, além de desonesta é injusta. Em nenhum momento os treze anos de governo petista pode ser acusado de ter sido antidemocrático, extremista ou autoritário. Ao contrário, os governos do PT foram os mais republicanos e respeitaram à risca as instituições democráticas. Desde as decisões do Congresso que afastaram a presidenta eleita Dilma Rousseff, as judiciais, que prenderam arbitrária e injustamente o ex- presidente Lula, e a imprensa, que construiu uma narrativa parcial e falsa sobre o PT, sem nunca sofrer qualquer tipo de censura.

O ódio ao PT é fruto do mesmo sentimento autoritário e fascista que, cego diante dos fatos, alimenta um futuro incerto de ameaça à democracia, que no segundo turno temos a chance de reverter. Nossa luta pela democracia é fundamental.

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