A facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) já atua diretamente em 23 estados brasileiros. Apenas no Mato Grosso, Distrito Federal, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul é que a facção ou não atua, ou recorre à facções parceiras com atuação reduzida. A segunda maior facção do país, o Comando Vermelho, viu sua atuação reduzir para doze estados.

Pode-se observar no mapa a seguir que nos estados do Piauí, Mato Grosso do Sul (importante fronteira com Paraguai e Bolívia) e São Paulo (maior mercado consumidor e estado estratégico para exportação de drogas) o PCC já é a única facção atuante. Nos demais atua também em parceria com as facções locais, principalmente como fornecedor de drogas e armas. Sua expansão atual para as regiões Norte e Nordeste, no entanto, está aumentando os conflitos locais, e transformou ambas regiões nas detentoras dos maiores índices de homicídios do país.

A maior facção do país cresceu no estado de São Paulo sem outras grandes facções que lhe fizessem frente. Contou também com a atuação omissa da gestão estadual tucana de Alckmin e Serra, que nunca esboçou uma política de segurança pública de enfrentamento efetiva. A “sorte” do estado é que a facção percebeu há muito tempo que o conflito e a violência não geram lucros, fazendo com que São Paulo aparente estar estatisticamente em um grau de segurança pública bem melhor, quando, na realidade, se encontra em uma panela de pressão, que poderá explodir assim que o PCC se sentir contrariado em alguns de seus interesses.

Baseada na repressão truculenta à violência, onde as estatísticas estaduais mostram que quanto mais a polícia mata, mais cresce a violência e homicídios como um todo na região, a atual política de segurança pública do país está se mostrando totalmente ineficiente para este enfrentamento. E, com candidaturas à Presidência que seguem essa mesma linha, corre-se o risco da população ter que se adaptar a um cotidiano ainda mais violento e hostil, onde morrem cada vez mais ladrões, policiais e principalmente a população historicamente excluída e discriminada.

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