O Ibope ouviu 2.506 pessoas entre os dias 16 e 18 de setembro e divulgou ontem sua mais recente pesquisa de intenção de voto para a presidência da República. O candidato do PSL, Jair Bolsonaro, mantém a liderança com 28% das intenções de voto e parece estar alcançando seu teto. Haddad cresce mais de dez pontos em uma semana e assume a segunda posição, com 19% da preferência do eleitorado.
Os demais candidatos que estavam empatados na disputa pela segunda vaga no segundo turno, abrem distância da segunda colocação, com Ciro Gomes (PDT) estável, com 11%, e oscilação negativa de Alckmin (PSDB) e Marina (Rede) de 9% para 7% e de 9% para 6% das intenções de voto, respectivamente. Segundo o Ibope, o total de brancos ou nulos caiu de 19% para 14%, e 7% ainda não sabem em que votar.

O Ibope também registrou a rejeição dos candidatos e Bolsonaro segue como o mais rejeitado, por 42% dos entrevistados, mais de dez pontos a cima da rejeição de Fernando Haddad, com 29%. Marina tem rejeição de 26% do eleitorado, Alckmin é rejeitado por 20% e Ciro por 19%.

A disputa para segundo turno indica empate técnico em quase todos os cenários. Em eventual segundo turno entre Bolsonaro e Haddad, os dois empatariam em 40%. Entre Bolsonaro e Alckmin o empate seria em 38%. Entre Ciro e Bolsonaro, Ciro teria vantagem de 40% contra 39% de Bolsonaro, enquanto Marina perderia de 41% a 36%.

O crescimento de Haddad é expressivo em todas as camadas sociais. Cresce equilibradamente entre eleitores de ambos os sexos e das diversas faixas etárias. A transferência de votos de Lula a Haddad é maior entre seu eleitorado mais fiel, ou seja, os que estudaram até a quarta série do ensino fundamental, onde a intenção de voto em Haddad passou de 6%, em 11 de setembro para atuais 24%, e entre os que cursaram da quinta à oitava série, que cresceu de 9% para 23%.

Entre os que possuem renda familiar de até um salário mínimo, Haddad cresceu de 10% para 27%, sendo o segmento por renda em que seu crescimento mais se destaca, muito embora seja evidente em todas as demais camadas. No Nordeste, Haddad cresceu quase 20 pontos, indo de 13% a 31%, e entre a população negra sua intenção de voto passou de 9% a 22% desde a oficialização de sua candidatura, em 11 de setembro.

O eleitorado de Lula está assimilando a candidatura de Haddad como seu substituto. O PSDB, ao que tudo indica, ficará fora da disputa, e a rivalidade que por seis eleições consecutivas foi entre PT e PSDB terá novo protagonismo pela direita. Essa nova direita, no entanto, é mais extremista, autoritária e desrespeitosa aos processos democráticos. A disputa promete se intensificar e os lados que se apresentam são o da civilização contra o da barbárie.

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