Apesar do crescimento de 2,1% na área plantada, o valor da produção agrícola brasileira reduziu-se em 0,6% entre 2016 e 2017, indo de 321,5 bilhões de reais no primeiro ano para 319,6 bilhões de reais no segundo. Para efeitos de comparação, entre 2015 e 2016 este valor ampliou-se em 19,6%, ou 52,8 bilhões de reais. A última contração havia ocorrido no período da crise mundial dos subprimes de 2007-2008, onde esta redução ocorreu de forma ainda mais agressiva nos demais países de grande produção agrícola.

Mesmo o crescimento de 18% entre 2016 e 2017 no valor da produção de soja, cultivo de maior peso econômico da cena agrícola brasileira (35,1% do valor produzido total), não foi suficiente para superar a redução no valor das plantações de batata inglesa (-50,9%), trigo (-41,9%), feijão (-28,8%), café (-13,3%) e milho (-12,7%).

Esta queda se deu principalmente nas duas regiões onde a cena agrícola apresenta os maiores valores agregados do país, a Sudeste e a Sul. Na primeira, o valor da produção total caiu 6%, ou R$ 5,8 bilhões, e na segunda 4%, ou R$ 3,6 bilhões. A região Centro-Oeste apresentou estabilidade, com variação positiva de 0,1%. Os resultados do plantio das regiões Nordeste e Norte foram os responsáveis pelo país não apresentar uma redução econômica agrícola ainda mais agressiva. A primeira apresentou crescimento de 17% (R$ 5,3 bilhões) e a segunda de 10,4% (R$ 2,1 bilhões).

No entanto, chama a atenção o custo real e contraditoriamente ainda difícil de mensurar em valores monetários que principalmente a região Norte vem pagando por este incremento no valor de sua produção agrícola. O plantio da soja, bem como as crescentes pastagens, nesta região são os novos fatores que vêm agravando o desflorestamento da Amazônia nos últimos anos. Entre 2016 e 2017, a área plantada cresceu 7,8% na região e a Floresta perdeu cerca de 650.000 hectares.

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